Tegucigalpa, 19 jul (RV) - Impasse na crise hondurenha. O governo de Roberto
Micheletti rejeitou ontem um acordo imediato para a restituição condicionada do líder
deposto de Honduras, Manuel Zelaya. A negociação é mediada pelo presidente da Costa
Rica, Oscar Arias. A negociação prosseguirá este domingo.
Enquanto isso, o
Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) denunciou que a crise política em
Honduras acabou afetando mais de três milhões de crianças.
Em comunicado divulgado
na capital, Tegucigalpa, o organismo humanitário expressou sua profunda preocupação
com os eventos das últimas semanas.
"O UNICEF acompanhou de perto o desenvolvimento
da atual crise política, e observa que esta já está afetando significativamente os
mais de 3,5 milhões de meninas e meninos hondurenhos" – acrescenta a declaração, assinada
pelo representante do organismo na capital, o brasileiro Sérgio Guimarães.
O
Fundo pede a "civis ou militares", hondurenhos e estrangeiros, dentro e fora do país,
"para respeitar e fazer respeitar a Convenção sobre os Direitos da Criança, especialmente
aqueles relacionados à proteção dos menores de 18 anos, nas presentes situações de
insegurança".
"O Estado hondurenho, em toda circunstância, tem a obrigação
de proteger a infância e velar pelo cumprimento de seus direitos, ao ter ratificado
esse tratado internacional" – ressalta o comunicado.
O UNICEF advertiu que
a manutenção da situação atual cria um alto risco de que, no futuro, haja consequências
ainda mais graves para o bem-estar e desenvolvimento dos menores hondurenhos.
O
organismo afirmou que "a história da humanidade em geral mostra claramente que, quando
os adultos entram em conflito e geram ações violentas entre si, são as meninas e meninos
que pagam o preço mais alto por esses desacordos". (BF)