FIFA QUER PROIBIR MANIFESTAÇÕES RELIGIOSAS NA COPA DE 2010
Roma, 17 jul (RV) - O responsável pela Fundação João Paulo II para o Desporto,
Eddio Constantini, lamentou as afirmações do presidente da FIFA, Joseph Blatter, que
quer proibir as manifestações religiosas por parte de jogadores de futebol para a
Copa do Mundo de 2010. Depois de o Brasil ter vencido recentemente a Taça das
Confederações, derrotando os EUA por 3-2 na final, Blatter condenou a manifestação
dos jogadores brasileiros, que se abraçaram e rezaram dentro do campo. "A expressão
de fervor religioso dos brasileiros durou tempo demais" – disse Blatter, afirmando
que esse tipo de gesto cria "confusão entre a religião e o esporte".
Quem
não gostou da reação brasileira foi a Federação Dinamarquesa de Futebol, que se queixou
à FIFA. Na resposta, Blatter prometeu proibir esse tipo de manifestações para a Copa
de 2010, que será realizada na África do Sul. Já em 2002, Blatter havia se queixado
da manifestação religiosa do time brasileiro, ao conquistar sua quinta Copa do Mundo.
Constantini criticou a posição de Blatter: "É um erro depurar o esporte dos
valores éticos que a fé cristã defende há séculos", acrescentando que esses valores
são essenciais para "restituir ao desporto o significado autêntico que a violência,
o doping, o racismo e o dinheiro ameaçam destruir". (BF)