CHILE: REPRESSORES DA DITADURA DE PINOCHET NÃO RECEBERÃO INDULTO
Santiago, 17 jul (RV) - O governo chileno afirmou ontem que não é partidário
de incluir militares envolvidos em violações dos direitos humanos em um possível indulto
proposto pela Conferência Episcopal Chilena. O projeto foi apresentado pela Igreja
em vista da celebração, em 2010, do bicentenário de independência do país.
A
porta-voz do Governo, Carolina Tohá, explicou ontem que na sede do Executivo, no Palácio
de La Moneda, estão sendo estudadas as propostas de indultos, e acrescentou que, "para
evitar temores ou polêmicas sem fundamento", não se tratará a possibilidade de indultar
militares reformados condenados por crimes cometidos durante a ditadura de Augusto
Pinochet (1973-1990).
Na quarta-feira, a presidente Michelle Bachelet tinha
se declarado aberta a estudar a inclusão de condenados por violações aos direitos
humanos no indulto proposto pela Igreja Católica.
Todavia, a porta-voz, diante
do protesto da Associação dos Familiares dos Desaparecidos, precisou que não é adequado
usar o indulto em favor dos repressores militares.
No sábado passado, os bispos
chilenos apresentaram ao governo a proposta de indultar os presos com mais de 70 anos,
os doentes terminais, as mães com filhos pequenos e os condenados por crimes menos
graves.
Atualmente, existem no Chile 60 repressores condenados e cerca de
700 que estão sendo julgados por violações dos direitos humanos cometidos durante
o regime militar de Pinochet. (BF)