Campala, 14 jul (RV) - Os Padres Brancos, mais conhecidos como missionários
da África, pediram publicamente perdão por todos os possíveis erros cometidos contra
o povo ugandense.
O pedido foi feito durante a solene celebração, no domingo,
para comemorar os 150 anos da chegada dos primeiros missionários a Uganda, em 1859.
A celebração se realizou na igreja de Mapeera-Nabulagala, em Kasubi, de onde partiu
a primeira missão dos Padres Brancos.
Uma missão que, na sua história, conheceu
também lados obscuros, como destacou o superior provincial da Congregação, Padre Rudi
Lehnertz: "Quando chegamos aqui, trouxemos conosco as rivalidades que haviam dividido
a Igreja na Europa (…), causa das mesmas rivalidades que hoje dividem os ugandenses".
Mas
não só. Contra os ensinamentos de seu fundador, o Card. Charles Lavigerie, muitos
missionários não souberam respeitar a cultura dos africanos: “Pensávamos que a nossa
cultura fosse superior e, em diversas ocasiões, tentamos impô-la aos povos da África”.
Esta falta de respeito não responde à vontade de Deus, destacou o Padre Lehnertz,
que, em nome de toda a Congregação, pediu "perdão por todas as vezes em que manifestamos
desprezo pelos africanos e por sua cultura”.
Na cerimônia estavam presentes,
entre outros, o arcebispo da capital, Campala, Dom Cyprian Kizito Lwanga e o seu predecessor,
Card. Emmanuel Wamala. O cardeal recordou o testemunho dos primeiros franceses, Pe.
Simeon Lordel (Mapeera) e Ir. Delmas Amans (Amansi), e aprovou a proposta do Padre
Lehnertz de iniciar a causa de beatificação desses dois missionários. (BF)