GRUPO DO RIO ESTUDA CONVOCAR REUNIÃO SOBRE CRISE EM HONDURAS
Brasília, 14 jul (RV) - O Grupo do Rio estuda convocar uma nova reunião, para
discutir a crise hondurenha. A Chancelaria do México, que exerce a presidência rotativa
do mecanismo diplomático regional, consulta os países-membros sobre o encontro.
O
Grupo do Rio (que conta 23 países, inclusive Cuba, mas não EUA e Canadá) reuniu-se
na Nicarágua, um dia após a deposição do presidente hondurenho Manuel Zelaya, e condenou
o golpe de Estado.
Questionado sobre o tema, o Itamaraty disse que "o Brasil
não se opõe à sua realização".
A nova reunião seria mais uma demonstração
de pressão política sobre o governo interino do país. Há temor de que Roberto Micheletti
(que assumiu o poder após o golpe) tenha intenção de alongar a negociação com Zelaya,
que está sendo mediada pelo presidente costa-riquenho, Óscar Árias, e patrocinada
pelos EUA.
A ideia seria enfraquecer − pelo cansaço − tanto o presidente deposto
como a atenção internacional, até as eleições gerais de novembro próximo.
A
OEA (Organização dos Estados Americanos) já esgotou as medidas de coerção previstas
em seus estatutos. A entidade suspendeu Honduras por decisão unânime de seus 34 países-membros.
A pedido do Brasil, a OEA também exortou seus integrantes a reverem as próprias relações
diplomáticas com Honduras.
Vários países retiraram seus embaixadores do território
hondurenho, mas não os EUA, que defendem que é mais produtivo manter no país, um interlocutor
de peso. (AF)