IRAQUE: "QUEREM QUE OS CRISTÃOS DESAPAREÇAM DO PAÍS"
Bagdá, 13 jul (RV) - O procurador da Igreja Caldéia junto à Santa Sé, Mons.
Philip Najim, comentou a série de atentados registrada este domingo, na capital iraquiana,
Bagdá, com estas palavras: "Querem que os cristãos desapareçam do Iraque." Em seis
ataques contra igrejas, quatro pessoas morreram e 32 ficaram feridas.
Para
Mons. Najim, "atingir os locais de culto depois das celebrações de domingo à tarde
é a prova de que os responsáveis pelo ato não respeitam o ser humano enquanto criatura
de Deus, o Deus de todas as religiões".
Sobre a dinâmica dos atentados, o procurador
afirma que é claro que não se trata de episódios relacionados à resistência contra
um invasor, mas de um processo violento, voltado a frear o desenvolvimento do país
e sua pacificação. "Quer-se um Iraque fraco e subdesenvolvido; um país que, com o
desaparecimento de seu componente cristão, perderia uma parte importante da sociedade,
para a qual os cristãos sempre contribuíram com seu saber e sua função estabilizadora."
O
procurador caldeu se diz convicto de que os autores do gesto "não são iraquianos,
mas forças obscuras externas ao país". "Atacando os locais de culto, atacaram principalmente
a religião em si, e não somente a cristã" – concluiu Mons. Najim, acrescentando que
depois dos ataques de ontem é lícito esperar uma nova fuga de cristãos.
Por
sua vez, o patriarca de Babilônia dos Caldeus, Cardeal Emmanuel III Delly, afirmou:
"Lamentamos o que está ocorrendo no Iraque, porque estão usando como alvo lugares
que serviam como refúgio em tempos passados."
Em declaração divulgada ontem
à noite, pela televisão iraquiana, o patriarca lançou um apelo a manter o "espírito
de tolerância", e condenou todos os atentados, seja contra templos cristãos, seja
contra mesquitas. (BF)