2009-07-13 16:31:11

DIREITOS HUMANOS DEIXAM BRASIL EM DIFICULDADES NA ONU


Brasília, 13 jul (RV) - A política externa brasileira sobre direitos humanos causa polêmica, e vítimas alegam que a estratégia pouco ajuda na defesa de suas causas. Enquanto democracias ocidentais criticam o país, governos africanos e outros emergentes comemoram a aproximação do Brasil a suas posturas, e a estratégia de evitar confrontos nos plenários da ONU.

O objetivo declarado pelo Brasil é o de promover o diálogo no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. Para o Governo, essa postura é o que garante o real progresso dos direitos humanos. O Itamaraty justifica que não adota uma linha automática nas votações de casos de violações na ONU, mas avalia caso por caso.

O que vem surpreendendo, porém, têm sido as decisões do Itamaraty, nos últimos meses, de poupar críticas à Coreia do Norte e sair em defesa de Sri Lanka. Essa política já vinha ganhando corpo nos últimos anos, com a decisão de evitar ingerências na situação interna de outros países, e dar espaço para que as regiões solucionem seus problemas. O Brasil também se absteve em debates sobre Darfur, Irã e República Democrática do Congo, nos diversos órgãos da ONU.

Um levantamento feito pela entidade "Conectas" que mostra o padrão de votos do Brasil desde 2001, na ONU, mostra que o mandato do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva promoveu mudanças na posição do Brasil, no que concerne aos direitos humanos. Em junho passado, em Genebra, Suíça, Lula confirmou a vertente da política externa de promover o diálogo e evitar confrontos.

"O Brasil, no Conselho de Direitos Humanos, prega o engajamento construtivo e o diálogo. Dar lições ou condenar não contribui para melhorar a situação das vítimas de violações de direitos humanos" − disse a embaixadora do Brasil na ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo. "O que interessa é o diálogo e quando o diálogo se dá no seio do Conselho de Direitos Humanos, já é uma forma construtiva de criticar e de apontar a necessidade de mudanças" − acrescentou a diplomata brasileira.

No entanto, diplomatas de países ocidentais, parte da cúpula da ONU e vítimas de abusos de direitos humanos criticam o Brasil. Para eles, foi uma "surpresa" a decisão de poupar críticas à Coreia do Norte, quando todos os demais países do Mercosul votaram por uma condenação da situação no país asiático. A abstenção brasileira ocorreu a poucos meses da tentativa do país, de abrir uma embaixada na Coreia do Norte. (AF)







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