2009-07-12 13:48:02

IGREJA NO PAÍS BASCO PEDE PERDÃO POR OMISSÃO


Bilbao, 12 jul (RV) - Os bispos das três províncias que formam a região espanhola do País Basco, pediram ontem perdão pelo “injustificável silêncio dos órgãos oficiais da Igreja Católica” diante do assassinato de 14 religiosos bascos por parte de um esquadrão franquista, durante a Guerra Civil.

Os bispos de Bilbao, Ricardo Blázquez Pérez e Mario Iceta Gavicagogeascoa; de San Sebastián, Juan María Uriarte Goiricelaya, e de Vitoria, Miguel Asurmendi Aramendía, celebraram uma missa em memória dos religiosos, executados pelo esquadrão nacionalista entre 1936 e 1937.

Na época, a Igreja não celebrou funerais nem registrou o falecimento dos 12 sacerdotes, de um missionário claretiano e de um carmelita descalço que perderam a vida durante o conflito.

Familiares e amigos dos falecidos, além de representantes institucionais, participaram da cerimônia, durante a qual foram lidos os nomes dos mortos, com os quais, segundo Dom Miguel Asurmendi, “hoje saldamos uma dívida”. “Não é justificável e nem aceitável que perdure o silêncio com o qual os órgãos oficiais de nossa Igreja envolveram a morte destes religiosos. O silêncio não foi apenas uma omissão indevida, mas também uma falta de verdade, contrário à justiça e à caridade” – avaliou o bispo de Vitoria, na homilia. “Por isso, com humildade peço perdão a Deus e a nossos irmãos em nome dos responsáveis da Igreja no País Basco”.

Dom Asurmendi afirmou que a Igreja basca não quer reabrir feridas, mas ajudar a curá-las ou aliviá-las, para contribuir com a dignificação daqueles que foram esquecidos, ou excluídos, e mitigar a dor de suas famílias e amigos.

Olhando ao futuro, o bispo de Vitoria também pediu a Deus que conceda à sociedade basca a luz e a força necessárias para rechaçar sempre a violência como meio de resolução de diferenças e conflitos.

Paralelamente ao perdão de ontem, será publicada no boletim oficial de cada diocese uma resenha com os dados da vida e da morte dos religiosos “ignorados”. E naturalmente, seus nomes serão incluídos nos registros e livros paroquiais de sacerdotes falecidos. (CM)







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