Nova York, 11 jul (RV) - A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos
Humanos, Navi Pally, denunciou ontem, que as graves violações ocorridas na Somália
podem ser consideradas crimes de guerra.
"É claro que, na Somália, se cometem
graves violações dos direitos humanos e do Direito Humanitário Internacional, que
podem ser consideradas crimes de guerra, enquanto os combates continuam arrasando
a capital, Mogadíscio, e a situação no centro da Somália é muito precária" − declarou
Navi Pally.
Com base em testemunhas ouvidas por funcionários da ONU, Navi Pally
acusou as milícias islâmicas al-Shabaab, que combatem as tropas governamentais, de
realizarem execuções extrajudiciais, enterrar minas terrestres, bombas e outros artefatos
explosivos em áreas civis, além de terem usado civis como escudos humanos.
Segundo
agências de notícias, as milícias islâmicas "Jovens Mujahedin", consideradas próximas
a al-Qaeda, teriam decapitado sete pessoas, nos últimos dias, acusando-as de ser
"cristãs e espiões". A mesma fonte acrescenta que, um mês atrás, os extremistas mataram
outras três pessoas naquela área, aplicando uma norma da xariá.
As informações
também citam torturas e disparos de morteiro de maneira indiscriminada, contra áreas
povoadas e frequentadas por civis.
Nos últimos dois meses, cerca de 204 mil
habitantes de Mogadíscio fugiram dos combates entre as forças oficiais da Somália
e os rebeldes islâmicos, segundo o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR).
(CM)