ALIANÇA CATÓLICA "PARCIALMENTE SATISFEITA" COM DECISÕES DO G8
Bruxelas, 11 jul (RV) - No último dia de uma cúpula que alcançou poucos progressos
em temas como mudanças climáticas, crise econômica e economia global, os líderes do
G8 prometeram, ontem, uma ajuda de 20 bilhões de dólares para impulsionar a agricultura
e combater a fome nos países pobres − um valor acima das expectativas.
Os
Estados Unidos aproveitaram a reunião de líderes mundiais para pressionar em favor
de uma ajuda à agricultura das nações pobres, e prometeram disponibilizar 3,5 bilhões
de dólares, num programa de três anos de duração. Mas as nações africanas lembraram
aos ricos que eles precisam "honrar seus compromissos".
A CIDSE − plataforma
de organizações católicas para o desenvolvimento − saudou a iniciativa liderada por
Barack Obama, de investir na capacidade agrícola no sul do mundo, congratulando-se
pela atenção aos pequenos agricultores nos países em desenvolvimento, mas lembrando
que os compromissos financeiros são insuficientes para alimentar os famintos do mundo.
"Hoje, um bilhão de pessoas vão para a cama com fome, porque o modelo econômico
não está funcionando, e as alterações climáticas vão provocar o aumento da vulnerabilidade
das populações mais pobres, que terão suas terras e solos degradados" – disse a CIDSE.
Segundo a Organização das Nações Unidas, o número de pessoas desnutridas aumentou
nos dois últimos anos, e deve passar de um bilhão este ano, revertendo a tendência
ao declínio registrada nas últimas quatro décadas.
"A ajuda alimentar é necessária,
porque temos pessoas sofrendo por causa de secas, inundações e conflitos, e o que
elas querem é ter logo alimento para comer" − disse o diretor da Organização das Nações
Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), Jacques Diouf, na cúpula do G8, em
L'Aquila.
Da agenda conclusiva do encontro do G8, ontem, constava a discussão
sobre a África. Aos chefes de Estado e de Governo do G8 uniram-se presidentes africanos,
primeiros-ministros e representantes de organismos internacionais, para avaliar o
impacto da recessão global nos países mais pobres do mundo. (CM)