SANTA SÉ: GRIPE SUÍNA ATINGE POVOS JÁ CASTIGADOS PELA CRISE
Genebra, 10 jul (RV) - O representante da Santa Sé na sessão de alto nível
do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (ECOSOC), Dom Silvano M. Tomasi,
ressaltou, ontem, sua preocupação com os efeitos da pandemia de gripe A (H1N1, a gripe
suína) nos países mais pobres, já sobrecarregados pela atual crise econômica.
Dom
Tomasi afirmou que os efeitos da crise têm sido mais graves entre as populações mais
vulneráveis, agora também afetadas pela gripe suína. Para o representante da Santa
Sé, o impacto da doença no futuro não pode ser avaliado com precisão: "A relação entre
pobreza e carência de saúde é evidente; e existe um fundado receio, diante da perspectiva
do aumento do número de pessoas na pobreza extrema, estimado hoje entre 53 a 65 milhões
de pessoas."
O arcebispo disse ainda, que cerca de 800 milhões de pessoas desnutridas
vivem em áreas rurais, onde o sistema público de saúde é carente: "Concluímos que
um número significativo de pessoas famintas e já extremamente pobres estão expostas
a um risco maior de contrair doenças contagiosas e crônicas" – argumentou.
Essa
situação pode se agravar com eventuais cortes na ajuda internacional ou com o aumento
de pessoas doentes em sistemas públicos de saúde já bastante frágeis. "Os países em
desenvolvimento − disse Dom Tomasi − não serão capazes de responder às necessidades
de seus cidadãos mais vulneráveis."
A Igreja Católica financia, em todo o mundo,
5.378 hospitais e mais de 18 mil clínicas, além de 15 mil lares para idosos e pessoas
portadoras de deficiências, especialmente na África. (CM)