CARITAS, ACNUR E ANISTIA COMENTAM ENCÍCLICA DE BENTO XVI
Roma, 08 jul (RV) - A publicação, nesta terça-feira, da terceira encíclica
de Bento XVI, a Caritas in Veritate, repercutiu não somente na Igreja, mas
também no mundo político e nas entidades sociais.
A Caritas Internacional e
as sedes italianas do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR)
e da Anistia Internacional comentaram positivamente a primeira encíclica social de
Bento XVI.
Em especial, o ACNUR manifestou apreço pelas palavras do papa sobre
o direito dos imigrantes.
"O apelo aos direitos inalienáveis dos imigrantes
é de extrema importância num período em que as políticas de combate à imigração ilegal
não levam em consideração os direitos humanos do indivíduo e, principalmente, dos
refugiados, pessoas que fogem da guerra e da perseguição" − afirmou a entidade, por
meio de um comunicado.
"Como relembrou Bento XVI, é necessário governar o
fenômeno migratório através de políticas que respeitam, em qualquer situação, os direitos
da pessoa" – acrescentou o ACNUR, referindo-se à encíclica.
Do mesmo parecer
é a Anistia Internacional, que afirma: "Num momento em que os migrantes são vistos,
muitas vezes, como um problema, é de grande importância o convite do papa a levar
em consideração os direitos que, hoje, estão em risco, devido à crise econômica e
profissional, e de políticas para a segurança que confundem palavras como migrantes
e clandestinos".
Por sua vez, a secretária-geral da Caritas Internacional,
Lesley-Anne Knight, elogiou a encíclica, afirmando que foi publicada num momento-chave
para o desenvolvimento, em que décadas de progresso podem ser canceladas.
"A
encíclica oferece passos concretos que os políticos deveriam explorar, para nos colocar
novamente na estrada do verdadeiro desenvolvimento. A Caritas aprecia o pedido de
Bento XVI em favor do incremento das ajudas. No momento em que o G-8 se encontra em
L'Aquila, países ricos como França e Itália estão cortando ajudas aos mais pobres.
Lançamos um apelo a eles, para que cumpram a promessa de destinar 0,7% do Produto
Interno Bruto aos países em desenvolvimento." (BF)