Argel, 07 jul (RV) - A morte dos sete monges trapistas ocorrida em março de
1996 em Tibhirine foi um erro do exército de Argel, e não uma ação do Grupo Islâmico
Armado (GIA), como se acreditava.
A revelação foi feita nesta segunda-feira,
por um general francês, François Buchwalter, atualmente reformado. Adido militar na
Embaixada da França em Argel na época, ele recebeu confidências de um ex-militar argelino
cujo irmão participou do ataque − de acordo com a imprensa francesa, que o cita como
fonte.
"Os helicópteros do exército argelino sobrevoaram o acampamento do Grupo
Islâmico Armado (GIA) e dispararam, atingindo os membros do grupo armado e os monges
que eram seus reféns" – prossegue a revelação.
Os sete religiosos franceses
foram sequestrados no final de março de 1996, de seu mosteiro, o Notre Dame de Atlas,
no sul de Argel, região controlada pelas guerrilhas islâmicas.
Em 26 de abril
de 1996, o Grupo Islâmico Armado reivindicou o sequestro dos monges e propôs trocá-los
por militantes detidos. Em 23 de maio, o GIA anunciou ter decapitado seus prisioneiros
− assassinados em 21 de maio − acusando o Governo francês de ter traído as negociações.
Em
10 de fevereiro de 2004, a Procuradoria de Paris instaurou um processo, com base numa
queixa apresentada pela família de um dos monges, e pela ordem dos Cistercienses de
estrita observância, conhecidos como Trapistas. (CM)