Cidade do Vaticano, 05 jul (RV) - Ouça a reflexão dominical do Pe. Cesar Augusto
dos Santos parao 14º Domingo do tempo comum: "A primeira leitura
nos ensina o que é um profeta e qual sua função, quando Deus, como nos relata o livro
de Ezequiel, o convoca e o envia aos israelitas para lhes dizer: “Filho do homem,
eu te envio aos israelitas, nação de rebeldes, que se afastaram de mim.” Mais adiante,
acrescenta: “e tu lhes dirás: Assim diz o Senhor Deus.” O profeta é um homem comum,
escolhido dentre os demais, que se dirige a todos com a autoridade recebida de Deus,
para alertar os mesmos, com o objetivo de salvá-los da infelicidade. Do mesmo modo
como costuma acontecer conosco, quando alguém vem nos alertar de algum erro que estamos
cometendo, nós não gostamos e até agredimos o amigo. Também o povo de Israel não gostava
dos profetas porque eles os incomodavam, fazendo mudar de vida e retomar o caminho
certo.
No Evangelho, Marcos nos fala que Jesus é esse profeta. Os presentes
na sinagoga não o aceitam, pois além de perturbar a ordem, corrigindo as interpretações
da Lei feita pelos doutores, ele era não apenas um homem comum, mas filho de pessoas
muito simples. Isso causou uma admiração negativa, um espanto. Como o filho do José
carpinteiro e de Dona Maria, vem nos ensinar? Que escola ele freqüentou? Quem ele
pensa que é? E assim Jesus foi rejeitado até ser crucificado, apesar de suas palavras
de carinho, de perdão, apesar de seus milagres e de seu ensinamento trazer a felicidade
ao coração das pessoas. Mas apesar disso, seu ensinamento exigia mudança de vida,
reconhecer-se pecador, deixar a vidinha acomodada e egoísta para ser feliz de verdade.
Na
segunda leitura temos aquele famoso trecho da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios,
onde ele fala de que lhe foi dado um espinho na carne, que é como um anjo de Satanás.
Muito já se escreveu sobre isso. Mas afinal, que espinho é esse? Certamente Paulo
se refere à fragilidade do profeta, do apóstolo, do missionário, do catequista, do
cristão, quando ser humano que é, sente-se em conflito quando, exercendo sua função,
é confrontado pelas atitudes hostis daqueles a quem é enviado. E a resposta de Deus
para Paulo e para todos nós que vivenciamos nossa humildade, nossos limites é: “Basta-te
a minha graça, pois é na fraqueza que a força manifesta todo o seu poder.”
Foi
na cruz de Jesus que se manifestou a força de Deus!
Portanto, concluindo nossa
reflexão, deixemos Paulo falar em nós: “Por isso, de bom grado, eu me gloriarei das
minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim. Pois, quando sou fraco,
então é que sou forte.”