2009-07-04 13:39:06

PAPA: VISIBILIDADE NÃO DEVE SER OBJETIVO DE VIDA


Cidade do Vaticano, 04 jul (RV) - Esta manhã, o papa recebeu os participantes do congresso europeu sobre a vocação pastoral, que teve como tema “O Evangelho da vocação para o jovem na cultura européia”. Em seu discurso, Bento XVI citou a parábola evangélica do semeador, que mesmo consciente da possível aridez de suas terras e da presença de espinhos, não se desencoraja, confiante de que uma parte das sementes germinadas dará frutos.

“A terra é principalmente o coração dos homens, especialmente dos jovens, a quem vocês dirigem seu serviço de escuta e acompanhamento: um coração confuso, desorientado, mas capaz de conter uma incrível força de doação, pronto a viver por amor de Jesus, capaz de segui-lo com totalidade e a certeza de ter encontrado o maior tesouro da existência” – explicou o pontífice.

O coração do homem é semeado sempre e exclusivamente pelo Senhor. Somente depois da semeadura generosa da Palavra de Deus, será possível acompanhar, educar, formar e discernir; mas tudo isso é ligado à pequena semente, que desprende uma força incomum: é a própria Palavra de Deus, que por si só, atua de modo eficaz aquilo que diz e deseja.

Em seguida, o papa mencionou outra parábola, do evangelho de João: “se o grão de trigo não cai na terra e não morre, fica sozinho. Mas se morre, produz muito fruto.” “Esta é também – ilustrou o papa – a lógica e a verdadeira fecundidade de toda pastoral vocacional na Igreja”.

“Como Cristo, o sacerdote e o animador devem ser ‘um grão de trigo’, que renuncia a si mesmo para fazer a vontade do Pai; que sabe viver escondido do clamor e do rumor; que renuncia à visibilidade e à grandeza que fascinam muitos jovens, e são hoje critérios ou mesmo objetivos de vida em muitos setores de nossa cultura”.

Diante do profundo clima de abatimento que reina entre os jovens de hoje, Bento XVI exortou os pastores a serem semeadores de confiança e esperança. “É freqüente que as palavras não tenham futuro ou perspectiva, sentido ou sabedoria. Comportamentos como a impaciência frenética e a incapacidade de viver as expectativas são difusos; mas esta pode ser a hora de Deus: seu chamado gera um caminho de esperança na plenitude da vida”.

Concluindo, o papa citou São Paulo, que depois de conquistado por Cristo, suscitou e formou vocações, e o Santo Cura D’Ars, um ‘farol’ do Ano Sacerdotal recém-iniciado.

“O Ano Sacerdotal oferece uma bela oportunidade para reencontrarmos o sentido profundo da pastoral vocacional, e seus métodos: o testemunho simples e crível; a comunhão, a cotidianidade, a escuta; e enfim, a verdade, que pode gerar a liberdade interior”.

Saudando os presentes, Bento XVI fez votos de que a Palavra possa ser fonte de bênçãos, de consolação e de renovada confiança, para ajudá-los a ‘ver’ e ‘tocar’ o Jesus que acolheram como Mestre.

“Que a Palavra do Senhor habite sempre em vocês, renove em seus corações a luz, o amor, e a paz que somente Deus pode doar, e os torne capazes de testemunhar e anunciar o Evangelho, fonte de comunhão e de amor”. (CM)







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