2009-07-03 11:29:07

OBAMA: PAPA É MUITO MAIS QUE UM CHEFE DE ESTADO


Washington, 03 jul (RV) - "Bento XVI é muito mais que um chefe de Estado": são palavras do presidente norte-americano, Barak Obama, em entrevista concedida, na Casa Branca, a um restrito grupo de jornalistas, entre os quais uma correspondente da Rádio Vaticano.

O papa receberá Obama no próximo dia 10, no Vaticano, ao término da reunião de cúpula do G-8 (os sete países mais industrializados do mundo e mais a Rússia), e o presidente dos EUA disse estar muito ansioso para discutir com o pontífice, sobre como relançar o processo de paz no Oriente Médio.

Obama recordou ter tido uma "maravilhosa" conversação telefônica com o Santo Padre, logo após sua eleição presidencial, e afirmou estar de acordo com ele sobre como enfrentar a crise no Oriente Médio: "O que os Estados Unidos podem fazer, sem impor uma solução, é colocar um espelho diante de israelenses e palestinos para mostrar as conseqüências de suas ações. É sobre isso que estou ansioso para discutir com o Santo Padre, que – creio − compartilha a minha opinião."

"Politicamente − acrescentou Obama − vejo o encontro com Bento XVI como um colóquio com um chefe de Estado estrangeiro, mas tenho consciência de que, naturalmente, ele é muito mais que isso. Entendo bem a influência que o papa exerce, muito além dos confins da Igreja Católica. O pontífice desfruta do meu máximo respeito, como pessoa que alia uma grande cultura a uma grande sensibilidade."

O presidente norte-americano citou ainda, a obra que o papa desempenha em prol do diálogo inter-religioso, e fez votos para que encontrem, juntos, temas sobre os quais colaborar, por muito tempo: da paz no Oriente Médio à luta contra a pobreza, das mudanças climáticas à imigração. "São todos âmbitos nos quais o papa assumiu uma liderança extraordinária" – destacou Obama.

Sobre temas polêmicos, como aborto e bioética, o presidente dos EUA garantiu que não ignorará as críticas da Igreja: "Defenderei sempre e com vigor, o direito dos bispos de me criticarem, inclusive com tons exaltados. E ficaria feliz em acolhê-los aqui na Casa Branca, para falar de temas que nos unem e que nos dividem, numa série de mesas-redondas. Todavia, sempre haverá âmbitos nos quais não será possível encontrar pleno acordo." (BF)







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