2009-07-03 13:50:59

ARQUIVOS REVELAM ATAS SOBRE GALILEU E PIO XII


Cidade do Vaticano, 03 jul (RV) – O prefeito dos Arquivos Secretos do Vaticano, Dom Sergio Pagano, concedeu ontem, uma coletiva à imprensa, para apresentar a nova edição das atas do processo de Galileu.

Galileu Galilei foi um cientista italiano condenado pela Inquisição em 1633, por ter aderido à teoria heliocêntrica de Nicolau Copérnico, que defendia que o Sol era o centro do Universo, e não a Terra, como se imaginava na época.

Galileu foi condenado, e seus livros, proibidos de circular. O cientista começou a ser reabilitado pela Igreja por iniciativa de João Paulo II. Em 1982, esse pontífice ordenou a criação de grupos de estudos para investigar o caso. Em 1992, o papa endossou, publicamente, as descobertas de Galileu, e afirmou que houve uma trágica incompreensão mútua entre a Igreja e o cientista.

Ontem, diante dos jornalistas, o prefeito dos Arquivos Secretos do Vaticano comentou que às vezes "tem a impressão de que estamos condenados aos mesmos preconceitos existentes na época da teoria copernicana".

"O "caso Galileu" ensina a ciência a não se presumir professora da Igreja em matéria de fé e Sagradas Escrituras, e, ao mesmo tempo, ensina a Igreja a se aproximar dos problemas científicos (por exemplo, os relativos aos mais modernos estudos sobre células-tronco e genética) com muita humildade e humanidade" − explicou Dom Sergio Pagano.

O prefeito dos Arquivos Secretos Vaticanos observou também que, com o seu "Diálogo" sobre os dois máximos sistemas do mundo − ptolomaico e copernicano (obra em que os personagens debatem as diferentes interpretações da astronomia), Galileu, "pareceu ensinar aos teólogos como interpretar a Bíblia, e ao papa como ser papa".

Com suas teorias, o cientista demonstrou que a Bíblia não pode ser interpretada ao pé da letra, e que boa parte dela se presta a diferentes interpretações.

A coletiva de imprensa foi uma ocasião também, para o anúncio de que os arquivos sobre Pio XII "serão abertos dentro de cinco anos, e deverão isentá-lo das acusações de ter-se omitido diante do Holocausto" – disse Dom Sergio.

"Pio XII foi um grande papa e, como se sabe, é atacado pelo seu suposto silêncio sobre a Shoah" – disse aos jornalistas, acrescentando que "ele fez muitas coisas pelos judeus e pelos prisioneiros na II Guerra Mundial".

Segundo o prefeito, 20 arquivistas do Vaticano estão trabalhando em tempo integral, em milhões de páginas de documentos, contidos em mais de 15 mil lotes, apenas sobre o pontificado de Pio XII. Preparar e catalogar os arquivos é uma empreitada que levará ainda mais cinco ou seis anos, depois dos quais, deverão estar à disposição de todos. (CM)







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