2009-07-02 11:19:22

IGREJA EM HONDURAS RECHAÇA GOLPE


Tegucigalpa, 02 jul (RV) - O secretário-executivo da Caritas de Honduras, Pe. Germán Calíx, assegurou que a Igreja Católica rechaça o golpe de Estado contra o Governo democraticamente eleito, porém, ao mesmo tempo, pede que o Presidente Manuel Zelaya respeite os requisitos do plebiscito e do referendo, necessários para uma reforma constitucional.

Em declarações ao site "Religión Digital", Calíx rechaçou a acusação feita à Igreja Católica no país, de "cumplicidade golpista". "Não apoiamos nem o golpe nem o desrespeito à Constituição" – afirmou o sacerdote, recordando que dez dias antes do golpe, a Igreja apelara em favor do diálogo e manifestara seu apoio à decisão de consultar o povo.

Pe. Calíx acrescentou que os bispos estão dispostos a integrar uma comissão de diálogo, convocada pelo governo provisório, mas considera que o regresso de Zelaya, previsto para esta quinta-feira, pode ser "catastrófico", se não se chegar, antes, a um acordo.

Enquanto isso, o cardeal-arcebispo de Tegucigalpa, Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, presidente da Caritas Internacional, está realizando uma série de reuniões, para evitar que o golpe termine em confronto pelas ruas do país.

O golpe de Estado foi condenado pela ONU, União Européia e Estados Unidos. A Organização dos Estados Americanos (OEA), que se reuniu ontem em Washington, exigiu que Zelaya regressasse à presidência no prazo de três dias. Apesar da pressão internacional, o presidente interino, Roberto Micheletti, de origem italiana, se recusa a abandonar o cargo.

Ontem, o Congresso de Honduras aprovou um decreto presidencial que restringe as liberdades individuais dos cidadãos, das 22h e 5h, num reforço ao toque de recolher imposto no último domingo.

As novas medidas estabelecem que pessoas podem ser detidas sem acusação formal, por mais de 24 horas, e restringem os direitos constitucionais de reunião e associação, de livre circulação, assim como o direito de entrar e sair livremente do território nacional.

De acordo com o decreto, essas medidas devem permanecer em vigor pelo menos até o próximo sábado. (BF)







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