PAPA NA AUDIÊNCIA: FIDELIDADE E FECUNDIDADE DO TESTEMUNHO
Cidade do Vaticano, 1º jul (RV) - "O amor ao próximo, e a atenção à justiça
e aos pobres não são temas relativos apenas à moral social, mas expressam uma concepção
sacramental da moral cristã, porque, através do ministério dos presbíteros, realiza-se
o sacrifício espiritual de todos os fiéis, em união com o de Cristo": esse foi um
dos conceitos apresentados pelo papa, na Audiência Geral desta manhã, na Praça São
Pedro.
"Através do anúncio do Evangelho, os sacerdotes geram a fé naqueles
que ainda não crêem, para que possam unir ao sacrifício de Cristo, seu próprio sacrifício
que se traduz em amor a Deus e ao próximo" – explicou.
Ao saudar os peregrinos
em francês, o pontífice agradeceu pelas graças obtidas com o Ano Paulino, que acaba
de se concluir, e congratulou-se pela celebração do Ano Sacerdotal, no sesquicentenário
da morte do Santo Cura d’Ars.
"A figura deste santo sacerdote irá nos guiar
e nos ajudar na conscientização de que Deus é a graça da renovação espiritual para
os sacerdotes e para toda a Igreja. Antes de tudo, progredimos na identificação com
Cristo, que assegura a fidelidade e a fecundidade do testemunho evangélico. Através
do ministério sacerdotal, o sacrifício espiritual dos fiéis se une àquele de Cristo,
o único mediador" – disse Bento XVI.
Por sua consagração – continuou o Santo
Padre – o sacerdote recebe um extraordinário talento, que faz dele sua testemunha
do encontro com uma pessoa – Cristo – e abre novos horizontes: ele é o homem do anúncio
e dos sacramentos.
"Minha esperança é que este Ano Sacerdotal ajude os padres
a apreciarem a imensa graça de sua vocação, consagração e missão. Que toda a Igreja
– durante este ano – possa rezar e trabalhar com mais fervor, pela santificação dos
sacerdotes, pelo aumento das vocações, e por uma maior valorização do papel dos sacerdotes
na vida da comunidade eclesiástica."
Bento XVI dirigiu uma saudação aos fiéis
de língua portuguesa: "Amados peregrinos de língua portuguesa, uma saudação afetuosa
para todos, especialmente para os grupos do Brasil e de Portugal: esta peregrinação
a Roma encha de luz e fortaleza o vosso testemunho diário como seguidores de Jesus
Cristo, único Salvador e Senhor da vida: fora d'Ele, não há vida, nem esperança de
tê-la. Com Cristo, sucesso eterno à vida que Deus vos confiou. Sobre cada um de vós
e respectiva família, desça a minha bênção!"
Em italiano,
o pontífice saudou os representantes da Comissão Antiusura presentes na praça, agradecendo-lhes
pela valiosa obra que realizam junto às vítimas desse flagelo social. O papa pediu
um esforço maior por parte de todos para um combate mais eficaz do fenômeno da agiotagem
e da extorsão, que – a seu ver – constitui uma "humilhante escravidão".
Nesse
contexto, Bento XVI pediu a colaboração do Governo: "Que o Estado não deixe de oferecer
ajuda adequada às famílias mais pobres que, mesmo em meio a dificuldades, têm a coragem
de denunciar as pessoas que se aproveitam de sua trágica condição."
No final
do encontro com os fiéis, peregrinos e turistas de todo o mundo, antes de conceder
sua benção apostólica, o papa saudou os membros da associação parlamentar "Cultores
da Ética", evidenciando a importância dos valores éticos e morais da classe política.
(CM)