Cidade do Vaticano, 1º jul (RV) - A pequena capela da Residência Apostólica,
reservada à exposição do Santíssimo Sacramento, lugar de culto do Papa e da Família
pontifica: É essa a função da Capela Paulina, restaurada após cinco anos de trabalhos,
por vinte especialistas em restauração. A conclusão dos trabalhos foi apresentada
ontem na Sala Regia da Residência Apostólica, no Vaticano. A inauguração da Capela
será neste dia 4 de julho com a celebração das Vésperas presididas pelo Papa Bento
XVI.
Desejada pelo Papa Paulo III, a Capela representa o testamento pictórico
de Michelangelo que ali trabalhou em fases alternadas nos últimos oito anos de sua
vida. Dois dos afrescos que ele pintou: a Conversão de São Paulo e a Crucificação
de Pedro, os dois Apóstolos maiores, cujos olhares, em particular o de Pedro, dirigidos
ao visitante, recordam ao Pontífice a importância da seqüela apostólica e da fidelidade
na ortodoxia.
Mas a Capela Paulina contém também toda uma série de afrescos
inspirados nos Atos dos Apóstolos, realizados vinte anos depois da morte de Michelangelo
por Lorenzo Sabatini e Federico Zuccari. “A restauração – disse o professor Antonio
Paolucci, diretor dos Museus vaticanos – foi uma obra de restituição que deu à Capela
Paulina um equilíbrio harmonioso”. Não é um caso, de fato, que os afrescos de Michelangelo
tenham sido restaurados por último, para que a gama cromática, tão dramática e simbolicamente
representativa dos últimos anos de vida do artista, não desafinasse com as demais
pinturas no interior da Capela. (SP)