2009-06-27 16:44:03

Crise financeira em debate nas Nações U nidas em Nova Iorque


(27/6/2009) Decorre em Nova Iorque uma cimeira das Nações Unidas centrada na crise financeira, com os delegados de vários países a pedirem medidas capazes de reestruturar os corpos financeiros internacionais.
O decréscimo da ordem económica mundial que premiou os poderosos e marginalizou os pobres, promovendo um capitalismo desenfreado e sem precedentes, levou a que os delegados da Assembleia Geral da ONU tenham pedido medidas concertadas para reestruturar os meios financeiros e políticas centradas nas pessoas.
No segundo dia da cimeira, mais de 50 delegados tomaram a palavra para se referir à severidade da situação actual e partilhar ideias para que a economia retome o seu crescimento, criar emprego e insuflar nova vida a negociações comerciais paralisadas.
O recém eleito presidente equatoriano Rafael Correa comparou o sistema internacional a um «clã de poderosos» que falam de igualdade, mas que não tratam ninguém justamente. Mas uma mudança, pediu a criação de um "Banco do sul" cujo objectivo seria financiar projectos de desenvolvimento e, por isso, estimular a competitividade.
Ralph E. Gonsalves, primeiro ministro de São Vicente e Granadinas, questionou o facto de os países serem obrigados a contrair empréstimos com quem lhes deu maus conselhos e foi negligente na regulação, factos que conduziram à crise.
A ministra para a cooperação económica e desenvolvimento da Alemanha, Heidemarie Wieczorek-Zeul, considerou que seria preciso uma organização como as Nações Unidas para enfrentar a crise com plena legitimidade. Falando na cimeira, a ministra apontou a necessidade de um pacote global de estímulos que beneficie os mais pobres e inclua a dimensão ecológica.
Vários países sugeriram a criação de um painel de especialistas que incluísse peritos de todas as regiões para analisar a crise económica.
A cimeira das Nações Unidas termina este Sábado e está a ser seguida mundialmente, dada a importância da reflexão que poderá conduzir à elaboração de políticas e medidas para ultrapassar a crise económica e financeira.
No passado Domingo, Bento XVI apelou aos delegados e os responsáveis pelo "destino do planeta" o "espírito de sabedoria e solidariedade humana", para que a actual crise "se transforme numa oportunidade, capaz de favorecer uma maior atenção à dignidade de cada pessoa e de promover uma distribuição equitativa do poder de decisão e dos recursos", com particular atenção "ao número, cada vez maior, dos pobres".
O Papa desejou que sejam tomadas "medidas partilhadas por toda a comunidade internacional" e se assumam "escolhas estratégicas, por vezes difíceis de aceitar, que são necessárias para assegurar a todos, no presente e no futuro, os alimentos fundamentais e uma vida digna".








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