Bispos dos paises do G8 escrevem aos seus lideres politicos com o convite a respeitar
os compromissos assumidos
(27/6/2009) Os bispos dos países membros do G8 escreveram uma carta conjunta aos
chefes de Estado dos países mais ricos do mundo. Pedem os episcopados que "os
grandes" honrem os compromissos estabelecidos para "aumentar a ajuda ao desenvolvimento,
reduzir a pobreza global e alcançar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, especialmente
nos países africanos", escrevem. Os países do G8 vão reunir-se entre os dias 8
e 10 de Julho em L'Aquila, em Itália. Num tempo de crise financeira e económica
global, os episcopados do Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Rússia, Grã-Bretanha
(Inglaterra e Gales e Escócia) e Estados Unidos pedem "medidas destinadas a a proteger
os mais pobres e assistir os países em desenvolvimento". Os bispos evidenciam serem
os pobres, "que menos contribuíram para a crise económica", os que mais sofrem. A
carta recorda ainda que os países mais ricos têm a "responsabilidade de promover o
diálogo com as outras potências económicas", prevenindo outras crises. Os bispos indicam
ser necessário aprofundar ainda a parceria com os países pobres, para que estes sejam
"responsáveis pelo seu crescimento, participem nas reformas políticas, governamentais,
económicas e sociais, ao serviço do bem comum". Outro ponto citado na carta é
o aumento dos processos de manutenção da paz de forma a que os conflitos armados não
privem os países dos recursos necessários para seu progresso. Os bispos pedem
um compromisso concreto também na questão climática. "Os países pobres correm maiores
riscos com as graves consequências das alterações climáticas". Preocupados com o impacto
que as mudanças climáticas produzem na vida dos mais pobres, os episcopados sugerem
a criação de mecanismos para diminuir os impactos, como a adopção de tecnologias apropriadas
para o desenvolvimento sustentável. "Proteger os pobres e o planeta não são ideais
que chocam entre si, mas sim prioridades morais para todas as pessoas deste mundo".
Os bispos finalizam reconhecendo que a reunião dos líderes do G8 acontece no meio
de uma grave crise económica, mas indicam que as decisões tomadas "podem dar esperança
ao mundo".