Berlim, 26 jun (RV) - Um busto de Santa Edith Stein (1891-1942), religiosa
de origem judaica assassinada por nazistas e canonizada em 1998 por João Paulo II,
foi instalado ontem no templo Walhalla, em Donaustauf (sul da Alemanha). Por tradição,
desde o século XIX, esta igreja acolhe estátuas e placas de homenagem a personalidades
alemãs de destaque.
La escultura da religiosa, carmelita e filósofa é a número
129 do panteão e a sexta de uma mulher, depois que há seis anos, foi honrada a memória
de Sophie Scholl, integrante do grupo ‘La Rosa Blanca’, de resistência estudantil
contra o nazismo.
Para o arcebispo emérito de Munique e Freising, Cardeal
Friedrich Wetter, Edith Stein, que em uma carta alertou o Vaticano sobre os crimes
cometidos pelo Terceiro Reich, deveria ser um exemplo para os jovens: “Precisamos
de pessoas coerentes em suas idéias e atos, que tenham os pés no chão, comprometidas
com valores que tornem a vida mais humana”.
Teoricamente, qualquer pessoa pode
ter seu busto no panteão de Walhalla, instituído pelo Rei Luis I, mas a candidatura
deve ser ratificada pelo governo do estado federado da Baviera. O pedido relativo
à Edith Stein foi apresentado por um particular, em 1986, e vinte anos depois, recebeu
o sinal verde do executivo local.
Edith Stein, nascida em Wroclaw (Polônia),
se converteu do judaísmo ao catolicismo aos 30 anos, e trabalhou como professora de
pedagogia até ser inabilitada pelo nazismo, devido à sua origem judia, em 1933.
Naquele
mesmo ano, ingressou na Ordem das Carmelitas em Colônia, onde adotou o nome de Irmã
Teresa Benedita da Cruz. Em 1938, fugiu para a Holanda, e quatro anos depois, foi
presa e deportada para Auschwitz, onde morreu.
Em 1933, Stein escreveu uma
carta advertindo o Papa Pio XII em relação à crescente perseguição contra os judeus
na Alemanha nazista. (CM)