PAPA VAI INAUGURAR RESTAURAÇÕES DA CAPELA PAULINA DO VATICANO
Cidade do Vaticano, 26 jun (RV) - Bento XVI presidirá, no dia 4 de julho próximo,
à inauguração da restauração da Capela Paulina, no Vaticano.
Os detalhes sobre
os trabalhos de restauração, que ultrapassaram o prazo previsto, serão anunciados
numa coletiva de imprensa que se realizará no dia 30 de junho, na Sala Régia, da residência
pontifícia vaticana. Participarão do encontro com os jornalistas, entre outros, o
presidente da Pontifícia Comissão para o Estado da Cidade do Vaticano, Cardeal Giovanni
Lajolo, e o diretor dos Museus Vaticanos, Antonio Paolucci.
A capela − cujo
nome tem origem de Paulo III, que foi papa de 1534 a 1549 − inclui os dois últimos
afrescos pintados por Michelangelo, aos 76 anos: a conversão de São Paulo e a crucificação
de São Pedro.
As modificações introduzidas por Paulo VI, no espaço litúrgico,
logo após o Concílio Vaticano II, serão quase todas revertidas, fazendo com que a
maior parte das peças da capela retorne a seu lugar original; uma das exceções será
o altar em mármore, cuja colocação possibilitará a celebração da missa com o celebrante
voltado para o povo ou para a cruz.
O "L'Osservatore Romano" publica um artigo
em que o diretor dos Museus, Paolucci, afirma que a restauração, iniciada em 2003,
revelou que o esquema das cores utilizado por Michelangelo é semelhante ao que foi
aplicado na obra "Juízo Final", na Capela Sistina.
"Liberados da cobertura
escura e oleosa que os sufocava e obscurecia, os afrescos de Michelangelo emergiram
de novo, com sua coerência figurativa e verdade cromática" − afirma Paolucci no artigo.
A restauração, todavia, não teve como objetivo restituir o esplendor original aos
afrescos, mas sim promover sua preservação e torná-los mais agradáveis ao olhar.
Com
capacidade para cerca de 100 pessoas, a Capela Paulina foi – de 1979 a 1982 − o local
escolhido por João Paulo II para os batizados; a celebração anual mudou para a Capela
Sistina em 1983, ano em que aumentou o número de catecúmenos batizados pelo pontífice.
As
regras para o conclave que elege o papa determinam que os cardeais se juntem na Capela
Paulina para o voto secreto, antes de se dirigirem, em procissão, para a Capela Sistina.
Esta regra não pôde ser cumprida em 2005, ano da eleição de Bento XVI, devido às obras
de restauração. (AF)