Cidade do Vaticano, 25 jun (RV) - Os presidentes dos bispos dos países membros
do G-8 escreveram uma carta conjunta aos chefes de Estado dos países mais ricos do
mundo.
“Os ‘grandes’ que têm encontro marcado em L’Aquila, no G8 de julho,
devem honrar seus compromissos para aumentar as ajudas ao desenvolvimento, reduzir
a pobreza global e alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, especialmente
nos países africanos” – escrevem.
“Nestes tempos de crise financeira e econômica
global – prosseguem os presidentes dos episcopados de Canadá, França, Alemanha, Itália,
Japão, Rússia, Grã-Bretanha (Inglaterra e Gales e Escócia) e Estados Unidos – escrevemos
para exortá-los a tomar medidas finalizadas a proteger os mais pobres e assistir os
países em desenvolvimento”.
“Paradoxalmente, os pobres, que menos contribuíram
para a crise econômica, são aqueles que, provavelmente, mais sofrerão com a devastação,
porque estão relegados a uma pobreza esmagadora” – observam os líderes católicos.
Os bispos recordam aos ‘grandes’ sua responsabilidade na promoção do diálogo
com as outras potências econômicas, finalizado a prevenir novas crises. Segundo eles,
é necessário aprofundar ainda a parceria com os países pobres, fazendo com que sejam
atores de seu crescimento, participem de reformas políticas, governamentais, econômicas
e sociais, a serviço do bem comum.
Outro ponto citado na carta é o incremento
dos processos de manutenção da paz (peacekeeping), de forma que os conflitos armados
não privem os países dos recursos necessários para seu progresso.
Os bispos
pedem um compromisso concreto também na questão climática, pois “os países pobres
correm os maiores riscos com as graves conseqüências deste fenômeno”. Preocupados
pelo impacto que as mudanças climáticas produzem na vida dos últimos, eles sugerem
a criação de mecanismos para amenizá-los, como a adoção de tecnologias apropriadas
para o desenvolvimento sustentável.
“Proteger os pobres e o planeta – continuam
– não são ideais contrastantes entre si, mas sim prioridades morais para todas as
pessoas deste mundo”. “O G-8 – concluem os bispos – se realiza em meio às trevas de
uma crise econômica global, mas suas decisões podem iluminar de esperança o mundo
em que vivemos”. (CM)