2009-06-22 16:39:37

TRIBUNAL INTERNACIONAL CONDENA EX-DIRIGENTE DE RUANDA POR GENOCÍDIO


Kigali, 22 jun (RV) - O Tribunal Penal Internacional para Ruanda condenou, nesta segunda-feira, um ex-alto dirigente ruandês a 30 anos de reclusão, por "genocídio e incitação ao genocídio". Callixte Kalimanzira, de 54 anos, era diretor de Gabinete, no Ministério do Interior, durante o genocídio perpetrado em 1994.

Do julgamento emergiu que ele, embora não tenha executado pessoalmente, incentivou os tutsis a se reunirem na colina de Kabuye "mesmo sabendo que milhares deles seriam mortos".

"Em 23 de abril de 1994, Kalimanzira veio a Kabuye, acompanhado de soldados e policiais. Os refugiados tutsis tinham, até então, repelido os ataques com paus e pedras, mas não podiam resistir às balas" − relatou o juiz Dennis Byron.

O massacre de Kabuye, que durou vários dias, foi "uma enorme tragédia humana" − afirmou o juiz, ressaltando que Kalimanzira "tinha a intenção de destruir, total ou parcialmente, o grupo étnico tutsi como tal".

Kalimanzira foi preso em 2005 e se declarou inocente dos crimes que lhe foram imputados. O Tribunal Penal Internacional para Ruanda já julgou 38 imputados pelo genocídio de 1994; destes, apenas seis foram absolvidos.

Criado por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU em novembro de 1994, o Tribunal Penal Internacional para Ruanda tem como missão buscar e julgar os principais responsáveis pelo genocídio em Ruanda, que deixou um saldo, segundo a ONU, de cerca de 800 mil mortos entre a minoria tutsi e os hutus moderados.

O tribunal tem até o final do próximo ano para completar os julgamentos, e até 2010 para analisar todos os recursos pendentes, antes de encerrar os trabalhos. (AF)







All the contents on this site are copyrighted ©.