2009-06-19 19:16:14

Responsáveis religiosos reflectem sobre o respeito pela vida, a ajuda aos mais pobres, a imigração e o diálogo e sublinham a importância da religião em tempo de crise económica


(19/6/2009) A declaração final da quarta cimeira dos líderes religiosos dos oito países mais industrializados (G8), que decorreu em Roma a 16 e 17 de Junho, defende a realização de acções concertadas com vista ao encerramento das offshores não reguladas, bem como o estabelecimento de um novo paradigma moral para responder aos desafios da actualidade.
Para responder à crise, que "pesa sobretudo sobre os pobres", são necessárias medidas que solucionem as suas causas, reconheçam a necessidade essencial de princípios morais, incluam os direitos dos accionistas e dêem prioridade ao financiamento sustentado do desenvolvimento.
Os líderes religiosos constatam que o materialismo, que muitas vezes assume um carácter idolátrico, foi ineficaz durante esta crise. As religiões, por seu lado, "podem e devem oferecer uma contribuição decisiva na procura do bem comum".
Além da crise económica, o texto manifesta as posições comuns dos membros da assembleia sobre alguns dos problemas mundiais.
A declaração sugere que deve ser seguida uma política de "segurança partilhada", que inclua o respeito pela harmonia entre todas as formas de vida: "o bem-estar de cada pessoa está relacionado com o bem-estar das outras e com o nosso ambiente".
A mensagem insiste na necessidade de serem cumpridos os «Objectivos de Desenvolvimento do Milénio»
"É imperativo para a vida de milhões de pessoas que esses objectivos sejam cumpridos de acordo com o calendário planeado, e nós comprometemo-nos a trabalhar com os líderes do G8 para alcançar esse propósito".
As dificuldades dos países africanos não são esquecidas pelos líderes religiosos, que receiam que a crise económica afecte os esforços realizados no combate à pobreza. A declaração afirma que "chegou a hora de nos empenharmos decisivamente na cura de todo o continente ferido", pelo que é necessário colocá-lo no centro das políticas de desenvolvimento.

Recordando os 70 anos do início da "grande tragédia para a humanidade que foi a II Guerra Mundial" e os conflitos que se lhe sucederam, o texto pede aos países que resistam a fazer da luta armada um instrumento de política internacional, procurando antes estabelecer uma "paz justa para todos".
A mensagem exige que os países que escondem a posse de equipamento nuclear bélico reconheçam oficialmente a existência desse armamento. Todos os estados que detêm esses recursos deverão promover medidas que visem a sua redução e não proliferação.
O aumento do número de imigrantes e a ausência de políticas adequadas e uniformes na sua protecção é outro problema denunciado no texto.
Os últimos parágrafos da mensagem são dedicados à necessidade de consolidar a comunicação entre as comunidades religiosas, os líderes políticos, e as entidades civis: "o diálogo é uma arte que todos devem praticar e cultivar".
O próximo encontro de líderes religiosos ocorrerá no Canadá, em Junho de 2010.








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