Desertificação, uma ameaça para milhões de seres humanos
(18/6/2009) Duzentos milhões de seres humanos poderão ser forçados a migrar por causa
da desertificação e a degradação do solo que afectam um terço da Terra e ameaçam os
meios de sobrevivência e o bem-estar de mil milhões de pessoas. A Organização das
Nações Unidas (ONU), que assinalou neste 17 de JUnho o Dia Mundial de Luta contra
a Desertificação e a Seca estima o número de deslocados ambientais entre 17 milhões
e 24 milhões, mas avisa que poderá chegar aos 200 milhões em 2050, se continuar o
consumo excessivo de água, a desflorestação e práticas agrícolas e florestais erradas. Numa
mensagem alusiva à jornada, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, nota que quase
um terço das terras cultivadas tornaram-se improdutivas nos últimos 40 anos e cerca
de três quartos das pastagens naturais apresentam sintomas de desertificação. Sob
o tema, "A conservação da terra e da água: assegurar o nosso futuro comum", a ONU
ressalta as ameaças da degradação de solos aráveis, o que priva as pessoas de seus
direitos básicos, como o acesso ao alimento e à água.
A Convenção da ONU
para o Combate à Desertificação (UNCCD) revela que mais de 250 milhões de pessoas
já são directamente afectadas pela seca e degradação de terras de cultivo.
O
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) publicou vários exemplos de
combate à desertificação. Uma das iniciativas é a criação de reservas naturais e mercados
comunitários, além de projectos de irrigação no Senegal, Quénia e Zimbabwe .
O
PNUMA acredita que "nove em cada 10 desastres naturais são causados por condições
climáticas." O seu director - executivo, Achim Steiner, disse que uma das formas de
combater a desertificação é eliminar o aquecimento global. Em Dezembro passado, numa
reunião da ONU, Steiner pediu o apoio de todos os países para aprovar a segunda fase
de actuação do Protocolo de Kyoto.
A Conferência da ONU sobre Mudanças
Climáticas será realizada em Copenhaga, a capital da Dinamarca. A primeira fase de
actuação do Protocolo de Kyoto deverá expirar em 2012.