SANTA SÉ: CRISE ECONÔMICA AFETA SISTEMAS DE SAÚDE DOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO

Cidade do Vaticano, 16 jun (RV) - ''A atual crise econômica evidenciou os problemas com o cancelamento, ou com a drástica redução, dos programas de assistência externa, sobretudo nos países em desenvolvimento. Isso colocará dramaticamente em risco vários sistemas de saúde, que já estão em colapso pela forte incidência de doenças endêmicas, epidêmicas e virais." Esta é a análise do novo presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde, Dom Zygmunt Zimowski, em entrevista ao jornal vaticano, L'Osservatore Romano.

Dom Zimowski citou a mensagem do Papa Bento XVI ao G20, em março passado, em que observava que a saída para a atual crise global só pode se realizar através da cooperação internacional, evitando soluções marcadas pelo protecionismo e por egoísmos nacionalistas.

Sempre em âmbito internacional – explica Dom Zimowski –, persiste uma grave falta de equidade no acesso aos tratamentos de saúde, e as crianças são as primeiras vítimas. "A saúde é um contexto de direito e de dever por parte das pessoas e das instituições, que não permite indiferença nem apatia, e que deve contar com uma forte solidariedade global entre países ricos e países pobres, e dentro de cada país."

O prelado falou ainda da gripe suína (H1N1), afirmando a absoluta necessidade de impedir que as pessoas contagiadas sejam estigmatizadas ou até mesmo culpadas. "Trata-se de vítimas e, como tais, devem ser acolhidas e tratadas." (BF)