NO ANGELUS, BENTO XVI RECORDA MILHÕES DE FAMINTOS E PEDE UMA ECONOMIA SUSTENTÁVEL
E ÉTICA
Cidade do Vaticano, 14 jun (RV) - Bento XVI assomou ao meio-dia de hoje à janela
de seus aposentos – que dá para a Praça São Pedro – para rezar, com numerosos fiéis,
peregrinos e turistas presentes, a oração mariana do Angelus.
Após a
oração dominical, o Santo Padre, referindo-se à Conferência da ONU sobre a crise econômica
e financeira e o seu impacto sobre o desenvolvimento, que terá lugar na sede do organismo,
em Nova Iorque, fez a seguinte invocação:
"Invoco sobre os participantes da
Conferência, bem como sobre os responsáveis pela coisa pública e pelas sortes do planeta,
o espírito de sabedoria e de solidariedade humana, a fim de que a atual crise se transforme
em oportunidade, capaz de favorecer uma maior atenção à dignidade de toda pessoa humana
e promover uma equânime distribuição do poder de decisão e dos recursos, com atenção
particular para o número, infelizmente sempre crescente, dos pobres."
Ressaltando
ter pouco antes mencionado que neste domingo, na Itália e em muitas outras nações,
se celebra a festa de Corpus Christi, o Pão da vida, o papa quis recordar especialmente
as centenas de milhões de pessoas que padecem a fome.
"É uma realidade absolutamente
inaceitável, que está sendo difícil redimensionar, não obstante os esforços dos últimos
dez anos" – frisou o pontífice, fazendo o seguinte auspício:
"Portanto, faço
votos de que, por ocasião da próxima Conferência da ONU e nas instituições internacionais
sejam tomadas providências partilhadas por toda a comunidade internacional e sejam
feitas aquelas escolhas – por vezes não fáceis de aceitar – que são necessárias para
assegurar a todos, no presente e no futuro, os alimentos fundamentais e uma vida digna."
De
fato, na alocução que antecede a oração mariana, Bento XVI, falando da festa de Corpus
Christi – que a Igreja no Brasil celebrou na última quinta-feira – disse que essa
solenidade está intimamente ligada à Páscoa e ao Pentecostes: a morte e ressurreição
de Jesus e a efusão do Espírito Santo são os seus pressupostos.
Ademais, está
diretamente ligada à festa da Santíssima Trindade, celebrada domingo passado – acrescentou.
"Somente
porque o próprio Deus é relação pode existir relação com Ele; e somente porque é amor
pode amar e ser amado", continuou o Santo Padre, ressaltando que o amor transforma
todas as coisas, e, portanto, se entende que no centro da festa de Corpus Christi
está o mistério da transubstanciação, sinal de Jesus-Caridade que transforma o mundo:
"Olhando
para Cristo e adorando-O, nós dizemos: sim, o amor existe, e porque existe, as coisas
podem mudar para melhor e nós podemos esperar. É a esperança que provém do amor de
Cristo que nos dá a força de viver e de enfrentar as dificuldades."
O pontífice
recordou ainda que na próxima sexta-feira, solenidade do Sagrado Coração de Jesus
– Dia de Santificação dos Sacerdotes – terá início o Ano Sacerdotal por ele convocado,
por ocasião dos 150 anos de morte do Santo Cura D'Ars.
O papa confiou à oração
dos fiéis essa nova iniciativa espiritual, que prosseguirá após o Ano Paulino que
se conclui este mês.
"Que este novo ano jubilar possa constituir uma ocasião
propícia para aprofundar o valor e a importância da missão sacerdotal e para pedir
ao Senhor que dê à sua Igreja numerosos e santos sacerdotes.
Por fim, o Santo
Padre concedeu a todos os presentes na Praça São Pedro para a oração do Angelus,
a sua bênção apostólica. (RL)