2009-06-14 15:52:35

NO ANGELUS, BENTO XVI RECORDA MILHÕES DE FAMINTOS E PEDE UMA ECONOMIA SUSTENTÁVEL E ÉTICA


Cidade do Vaticano, 14 jun (RV) - Bento XVI assomou ao meio-dia de hoje à janela de seus aposentos – que dá para a Praça São Pedro – para rezar, com numerosos fiéis, peregrinos e turistas presentes, a oração mariana do Angelus.

Após a oração dominical, o Santo Padre, referindo-se à Conferência da ONU sobre a crise econômica e financeira e o seu impacto sobre o desenvolvimento, que terá lugar na sede do organismo, em Nova Iorque, fez a seguinte invocação:

"Invoco sobre os participantes da Conferência, bem como sobre os responsáveis pela coisa pública e pelas sortes do planeta, o espírito de sabedoria e de solidariedade humana, a fim de que a atual crise se transforme em oportunidade, capaz de favorecer uma maior atenção à dignidade de toda pessoa humana e promover uma equânime distribuição do poder de decisão e dos recursos, com atenção particular para o número, infelizmente sempre crescente, dos pobres."

Ressaltando ter pouco antes mencionado que neste domingo, na Itália e em muitas outras nações, se celebra a festa de Corpus Christi, o Pão da vida, o papa quis recordar especialmente as centenas de milhões de pessoas que padecem a fome.

"É uma realidade absolutamente inaceitável, que está sendo difícil redimensionar, não obstante os esforços dos últimos dez anos" – frisou o pontífice, fazendo o seguinte auspício:

"Portanto, faço votos de que, por ocasião da próxima Conferência da ONU e nas instituições internacionais sejam tomadas providências partilhadas por toda a comunidade internacional e sejam feitas aquelas escolhas – por vezes não fáceis de aceitar – que são necessárias para assegurar a todos, no presente e no futuro, os alimentos fundamentais e uma vida digna."

De fato, na alocução que antecede a oração mariana, Bento XVI, falando da festa de Corpus Christi – que a Igreja no Brasil celebrou na última quinta-feira – disse que essa solenidade está intimamente ligada à Páscoa e ao Pentecostes: a morte e ressurreição de Jesus e a efusão do Espírito Santo são os seus pressupostos.

Ademais, está diretamente ligada à festa da Santíssima Trindade, celebrada domingo passado – acrescentou.

"Somente porque o próprio Deus é relação pode existir relação com Ele; e somente porque é amor pode amar e ser amado", continuou o Santo Padre, ressaltando que o amor transforma todas as coisas, e, portanto, se entende que no centro da festa de Corpus Christi está o mistério da transubstanciação, sinal de Jesus-Caridade que transforma o mundo:

"Olhando para Cristo e adorando-O, nós dizemos: sim, o amor existe, e porque existe, as coisas podem mudar para melhor e nós podemos esperar. É a esperança que provém do amor de Cristo que nos dá a força de viver e de enfrentar as dificuldades."

O pontífice recordou ainda que na próxima sexta-feira, solenidade do Sagrado Coração de Jesus – Dia de Santificação dos Sacerdotes – terá início o Ano Sacerdotal por ele convocado, por ocasião dos 150 anos de morte do Santo Cura D'Ars.

O papa confiou à oração dos fiéis essa nova iniciativa espiritual, que prosseguirá após o Ano Paulino que se conclui este mês.

"Que este novo ano jubilar possa constituir uma ocasião propícia para aprofundar o valor e a importância da missão sacerdotal e para pedir ao Senhor que dê à sua Igreja numerosos e santos sacerdotes.

Por fim, o Santo Padre concedeu a todos os presentes na Praça São Pedro para a oração do Angelus, a sua bênção apostólica. (RL)







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