2009-06-12 09:59:07

Missa e procissão do Corpo de Deus: Papa recorda aos fiéis a missão de serem "a alma" da Cidade e evoca o Cura d'Ars, modelo de "verdadeira devoção eucarística"


Bento XVI presidiu quinta-feira às celebrações do Corpo de Deus, com a procissão, ao cair da noite, da basílica de São João de Latrão até à de Santa Maria Maior, diante da qual deu a bênção do Santíssimo. Na homilia da Missa celebrada às 19 horas no adro de São João de Latrão, Bento XVI evocou o mistério eucarístico, recordando aos fiéis a missão de serem "a alma" da Cidade. Aos padres o Papa recordou a figura do Cura d'Ars, modelo de oração e adoração.
O Santo Padre comentou naturalmente as leituras da Missa, detendo-se especialmente na segunda, da Carta aos Hebreus, onde o autor declara que Jesus é “mediador de uma nova aliança”. “Na cruz, Jesus é ao mesmo tempo vítima e sacerdote: vítima digna de Deus – sem mancha, e sumo sacerdote que se oferece a si mesmo, sob o impulso do Espírito Santo, e intercede por toda a humanidade. “A Cruz é, portanto, mistério de amor e de salvação, que nos purifica a consciência das obras mortas, ou seja dos pecados, e nos santifica, esculpindo no nosso coração a nova aliança. Renovando o sacrifício da Cruz, a Eucaristia torna-nos capazes de viver fielmente a comunhão com Deus”.

“Como o povo eleito reunido na assembleia do Sinai, também nós queremos esta tarde reafirmar a nossa fidelidade ao Senhor” – prosseguiu o Papa, que sublinhou “a importância de permanecer, como Igreja, à escuta da Palavra de Deus”, nomeadamente com a prática da Lectio divina (“leitura meditativa, adorante, da Bíblia” - disse). Palavra e Eucaristia alimentam continuamente a comunidade cristã, o Povo de Deus.
“A nossa comunidade, caracterizada por uma pluralidade de culturas e de experiências diversas, Deus a plasma como seu povo, como o único Corpo de Cristo, graças à nossa sincera participação na dupla mesa da Palavra e da Eucaristia. Nutridos de Cristo, nós, seus discípulos, recebemos a missão de ser a alma desta nossa cidade, fermento de renovação, pão repartido por todos, sobretudo a favor daqueles que se encontram em situações de mal-estar, pobreza e sofrimentos físico e espiritual. Tornemo-nos testemunhas do seu amor”.

Dirigindo-se especialmente aos padres, o Papa recordou-lhes que só da união com Jesus pode brotar “aquela fecundidade espiritual que gera esperança”. “Em cada dia, recebemos do Corpo e do Sangue do Senhor aquele amor livre e puro que nos torna ministro de Cristo e testemunhas da sua alegria” – assegurou Bento XVI. “É isto o que os fiéis esperam do sacerdote: o exemplo de uma autêntica devoção à Eucaristia. Gostam de o ver passar longas pausas de silêncio e de adoração diante de Jesus, como fazia o santo Cura d’Ars, que recordaremos de modo particular durante o Ano Sacerdotal, já iminente”.
Citando S. João Maria Vianney, que dizia aos seus paroquianos “Vinde à comunhão… É verdade que não sois dignos, mas tendes necessidade”, Bento XVI convidou a renovar a fé na presença real de Cristo na Eucaristia, conscientes de que, se somos de facto inadequados, pelos nossos pecados, a verdade é que precisamos de nos alimentar do amor que o Senhor nos oferece no sacramento eucarístico. “Existe hoje, mesmo no interior da Igreja, o risco de uma sub-reptícia secularização, que se pode traduzir num culto eucarístico formal e vazio, em celebrações privadas daquela participação que se exprime em veneração e respeito pela liturgia. É sempre forte a tentação de reduzir a oração a momentos superficiais e apressados, deixando-se dominar pelas actividades e preocupações terrenas”.
Bento XVI concluiu dirigindo-se a Jesus, em jeito de oração, pedindo-lhe para libertar este mundo “do veneno do mal, da violência e do ódio”, purificando-o com a potência do Seu amor misericordioso. A Maria, “mulher eucarística em toda a sua vida”, o Papa pediu que nos “ajude a caminharmos unidos para a meta celeste, alimentados do Corpo e Sangue de Cristo”.








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