JULGAMENTO DE AUNG SAN SUU KYI É ADIADO POR DUAS SEMANAS
Bangcoc, 12 jun (RV) - O julgamento da líder opositora birmanesa e prêmio Nobel
da Paz Aung San Suu Kyi, de 63 anos, foi adiado hoje, por duas semanas, enquanto a
Corte Superior de Yangún estuda o recurso apresentado pela defesa, para poder convocar
mais testemunhas.
Até o dia 26 de junho Aung San Suu Kyi não terá de voltar
à sala do tribunal especial presidido por dois juízes militares e estabelecido no
interior da penitenciária de Insein, nos arredores de Yangún, segundo informações
que chegaram a Bangcoc.
Aung San Suu Kyi é julgada desde o mês passado por,
supostamente, ter violado os termos da prisão domiciliar que cumpria desde 2003, um
crime punido com até cinco anos de reclusão
Ela foi acusada de descumprir os
termos de sua detenção, quando permitiu que o cidadão norte-americano John William
Yettaw dormisse em sua casa.
Yettaw, de 53 anos, foi detido no dia 6 de maio,
após abandonar a casa da líder opositora, quando retornava, a nado, pelo lago Inya.
O
julgamento da Nobel da Paz-1991 começou poucos dias antes do fim de sua mais recente
prisão domiciliar, punição que cumpriu durante mais de 13 dos últimos 19 anos.
Governos
de todo o mundo e organizações internacionais, com as Nações Unidas à frente, condenaram
o processo e pediram a libertação imediata da líder opositora.
A defesa de
Aung San Suu Kyi alega que sua cliente permitiu que Yettaw passasse a noite em sua
casa por compaixão, porque percebeu que ele estava muito cansado após ter atravessado
a nado o lago Inya, e por isso não conseguiria retornar.
Além disso, os defensores
dizem que a culpa pela invasão é das autoridades, que são responsáveis pela segurança
da casa. (AF)