2009-06-10 13:07:23

Para "compreender" a Palavra de Deus não basta uma rigorosa análise do texto, requer-se também a disponibilidade à conversão: Bento XVI na audiência geral, dedicada a um pensador cristão do séc. IX. Presentes os "Pequenos Cantores" de Amorim (Portugal)


Para descobrir o sentido escondido no texto sagrado, é preciso um particular exercício interior graças ao qual a razão se abre ao caminho seguro em direcção à verdade: observação de Bento XVI, na audiência geral desta quarta-feira, na Praça de São Pedro, com um elevado número de peregrinos provenientes de variados países.
O Papa dedicou a sua catequese a (disse) “um importante pensador do Ocidente cristão”: João Scoto Erigene. Nascido provavelmente na Irlanda, no princípio do século IX, deslocou-se depois para o continente, tomando parte no renascimento carolíngio no reino de Carlos o Calvo.

“Distinguia-se por um grande conhecimento dos Padres da Igreja, tanto latinos como gregos, com uma particular predilecção pelo chamado Pseudo-Dionísio, que classificava de “autor divino” por excelência e cujas intuições tentou prolongar, traduzindo para latim as suas obras escritas em grego.
Toda a teologia deste Duns Scoto do século IX tende à contemplação e à adoração silenciosa de Deus. Em toda a sua produção ele se esforça por exprimir o inefável de Deus, baseando-se no mistério do Verbo feito carne em Jesus de Nazaré.

Embora o seu pensamento não tenha feito escola, ele continua ainda hoje a oferecer interessantes perspectivas, em especial no que diz respeito à leitura da Sagrada Escritura. Esta – sublinha ele – foi-nos dada por misericórdia divina, depois do pecado, para o homem possa reencontrar tudo o que se encontrava inscrito no seu coração no momento em que foi criado “à imagem e semelhança de Deus”.
Isto quer dizer que para a compreensão da Palavra de Deus requer-se ao mesmo tempo uma análise rigorosa do texto bíblico e uma disponibilidade permanente à conversão. A clarividência da inteligência nunca se pode separar da purificação do coração.

Presentes nesta audiência geral um certo número de peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente os “Pequenos Cantores” de Amorim, no norte de Portugal, que o Papa saudou expressamente:

“Dirijo agora uma cordial saudação a todos os peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente ao grupo brasileiro de Santa Catarina e aos «pequenos cantores» de Amorim, Portugal, pedindo à Virgem Mãe que guarde a vida e a família de cada um como um canto de louvor perene a Deus e de bênção generosa para quantos cruzam o seu caminho. Obrigado pela vossa jubilosa participação neste encontro com o Sucessor de Pedro. Sobre vós e vossos entes queridos, desça a minha Bênção!”








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