Zagreb, 09 jun (RV) - Realiza-se em Zagreb, capital da Croácia, o encontro
dos bispos do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), responsáveis
pelos assuntos sociais.
Os prelados avaliam os efeitos da crise econômica mundial
e a queda do sistema financeiro internacional. O secretário do Pontifício Conselho
"da Justiça e da Paz", Dom Giampaolo Crepaldi, ressaltou hoje, no encontro, que "2008
foi um ano horrível para o sistema financeiro e para a economia mundial", e os que
mais sofreram com isso foram os pobres.
Dom Crepaldi sublinhou que essa urgência
fez com que a Igreja abordasse temas de caráter técnico, de acordo com a nota publicada
pelo organismo vaticano, em novembro passado, intitulada "Um novo pacto financeiro
internacional".
O prelado frisou que, com tal documento, a Igreja quer oferecer
um "instrumento de diálogo, a fim de buscar soluções eficazes, para financiar o desenvolvimento,
não obstante a crise em andamento". Dom Crepaldi ressaltou que a "crise é uma ocasião
de discernimento e de elaboração de novos projetos, uma ocasião para repensar a economia
considerando as exigências dos pobres".
Já o cardeal-arcebispo de Bordeaux,
Jean-Pierre Ricard, vice-presidente da CCEE, falando sobre os problemas sociais da
Europa, comentou os resultados das eleições européias realizadas neste fim de semana,
para a renovação do Parlamento europeu, sublinhando o aumento da taxa de abstenção.
Segundo
o purpurado "um dos grandes problemas é a mobilização da opinião européia que, hoje,
não consegue mais optar pelos grandes projetos. Precisamos seguir o projeto de conhecimento
dos povos europeus e caminhar rumo a uma Europa mais social e mais atenta às exigências
de seus povos".
O Cardeal Ricard espera que a Europa saiba também redescobrir
sua missão em prol do respeito pela pessoa humana e seus direitos. "A Europa deve
reencontrar a inspiração para construir uma sociedade mais fraterna, convivente e
justa. Uma Europa que permaneça aberta ao mundo e que saiba promover a paz" − frisou
ele.
O purpurado sublinhou que, nesse sentido, "a Igreja pode ajudar a Europa,
com sua mensagem de fraternidade, solidariedade e esperança, com seu patrimônio de
valores comuns, mas também com o testemunho, e por meio de encontros entre as conferências
episcopais que mostram ser possível viver juntos, na mesma casa comum que é a Europa"
− concluiu. (MJ)