Bagua (Peru), 08 jun (RV) - Somente neste domingo, a situação voltou à normalidade
nas cidades de Bagua Grande e Bagua Chica, Peru, palco de violentos conflitos entre
as forças do Governo e as populações locais que ocuparam estradas, para protestar
contra as leis do Governo que contrariam seus interesses.
A sede da Igreja
Católica em Bagua Grande, na Amazônia peruana se converteu num grande campo de refugiados,
onde centenas de índios procuraram proteção, depois de terem participado dos enfrentamentos
de sexta-feira, com a polícia.
O resultado da violência entre a população nativa
e as forças da ordem é incerto: as cifras oficiais falam de 33 mortos − 24 policiais
e 9 índios. Já a Associación Interétnica de Desarrollo de la Amazonia revela
que morreram 30 índios, e que esse número pode aumentar para 50, além dos desaparecidos
que somam 80, entre eles o presidente da Associación Interétnica de Desarrollo
de la Amazonia, Alberto Pizango.
O pároco de Bagua Grande, Pe. Castinaldo
Ramos, disse que os refugiados passam de mil, e que entre eles se encontram também
mulheres e crianças, abrigadas em instalações precárias de concreto, onde a logística
de atendimento é caótica e os recursos são parcos. "A Igreja Católica faz apenas um
ato humanitário" − explicou Pe. Ramos.
O sacerdote espera que a Defensoria
do Povo consiga assegurar o retorno dos indígenas às suas casas, porque eles têm medo
de ser presos e não serem submetidos a um julgamento justo. (CF)