Cidade do Vaticano, 07 jun (RV) - Realizou-se de 1º a 5 de junho, no Vaticano,
a 10ª Conferência Anglófona, que reuniu bispos, sacerdotes, religiosas e leigos em
um debate sobre o problema das violências a menores na Igreja. O tema voltou à tona
depois que o governo irlandês publicou um relatório com as provas dos abusos cometidos
nas décadas de 30 a 90 em muitos institutos ‘corretivos’ do país; escolas financiadas
pelo Estado, mas administradas por ordens religiosas católicas.
O bispo de
Rapid City, Dom Blase J. Cupich, presidente da Comissão para a proteção de crianças
e jovens da Conferência dos bispos católicos dos Estados Unidos, participou da Conferência
Anglófona. Ele disse que a ocasião foi uma oportunidade para os participantes consultarem
responsáveis Vaticano, encontrar especialistas no campo da tutela da infância e partilhar
os progressos e problemas com outras conferências episcopais. Todos concordam com
a necessidade de um plano de prevenção, amparo e cura. “A Conferência Anglófona –
disse Dom Cupich – ajuda as pessoas que trabalham para a Igreja a criar um clima no
qual aqueles que sofreram abusos se sintam confiantes em revelá-lo. É uma questão
humana”.
A Conferência para a proteção de crianças e adultos vulneráveis (National
office for the protection of children and vulnerable adults), que reúne as Igrejas
de língua inglesa comprometidas em combater abusos, realiza-se anualmente. Este ano,
no Vaticano, estavam presentes delegados provenientes da Austrália, Inglaterra e Gales,
Índia, Irlanda, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Escócia e Estados Unidos. Participaram
também representantes da Itália, Chile e Gana.
Organizada este ano pela Conferência
episcopal escocesa, intitulou-se “Olhando adiante – O desafio nos aguarda” (Looking
forward - The challenge ahead) e foi presidida pelo bispo de Galloway, Dom John Cunningham.
Para
o bispo de Adelaide, na Austrália, Dom Philip Edward Wilson, "o fato positivo é que
as vitimas emergiram e que nós admitimos que os abusos infelizmente fizeram parte
de nossa história, e que estamos fazendo o possível para responder às conseqüências
e assegurar um novo modo de nos relacionar, no interno da Igreja.
Por sua
vez, o maltês Mons. Charles J. Scicluna, promotor de justiça da Congregação para a
Doutrina da Fé, explicou que “a compreensão do fenômeno por parte da Igreja e os programas
para colocar fim aos abusos estão evoluindo constantemente”. (CM)