2009-06-05 12:17:23

JORNAL VATICANO AVALIA POSITIVAMENTE DISCURSO DE OBAMA NO CAIRO


Cidade do Vaticano, 05 jun (RV) - O jornal vaticano, "L'Osservatore Romano", faz uma avaliação positiva do discurso pronunciado nesta quinta-feira, pelo presidente dos EUA, Barack Obama, na Universidade al-Azhar, na capital egípcia, Cairo.

Para o jornal, "trata-se de um novo início nas relações com o mundo muçulmano", pois Obama foi além das fórmulas políticas, evocando interesses comuns concretos, em nome de uma mesma humanidade e das comuns aspirações do homem.

Essas aspirações − acrescenta o diário vaticano − são "viver em paz e segurança, receber uma educação comum, trabalhar com dignidade, e amar a família, a comunidade e Deus".

Também o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, ressaltou as palavras de Obama, afirmando que a política externa dos Estados Unidos coincide, em muitos pontos, com a política da Santa Sé.

Para Pe. Lombardi, o discurso de Obama foi muito significativo não somente para as relações entre Estados Unidos e o mundo árabe, mas também na perspectiva da paz internacional.

Em seu discurso, o presidente norte-americano disse que busca "um novo começo entre os Estados Unidos e os muçulmanos de todo o mundo", e que o país "não está, e nunca estará em guerra contra o Islã". "Nós rejeitamos a mesma coisa que pessoas de qualquer religião: a morte de homens, mulheres e crianças inocentes."

"Eu vim buscar um novo começo, baseado no interesse e no respeito recíprocos, baseado no fato que os EUA e o Islã não são excludentes e não precisam competir" − acrescentou. "Em vez disso, eles se sobrepõem e dividem princípios comuns: princípios de justiça e progresso, tolerância e dignidade de todos os seres humanos."

O discurso foi recebido de modo positivo inclusive por outros expoentes eclesiásticos, como o bispo caldeu do Cairo, Dom Youssef Ibrahim Sarraf, o vigário apostólico dos latinos de Beirute, Dom Paul Dahdah, e o custódio da Terra Santa, Fr. Pierbattista Pizzaballa.

O Governo do Iraque o qualificou de "histórico e importante", e o grupo radical palestino Hamas disse, por meio de um porta-voz, que as palavras de Obama eram diferentes das de seus antecessores na Casa Branca, mas que "desejos, esperanças e boas palavras não são suficientes diante da agressão israelense".

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Abu Mazen, cujo mandato não é reconhecido pelo rival, Hamas, também elogiou o discurso de Obama.

Do lado israelense, o diretor da Assessoria de Imprensa do Governo, Danny Seaman, recebeu o discurso de forma mais reticente e disse que a apresentação "não foi ruim". (BF)







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