ARCEBISPO PRIMAZ DA VENEZUELA: TRABALHAMOS PELO RENASCIMENTO ESPIRITUAL E MORAL DO
PAÍS
Cidade do Vaticano, 05 jun (RV) - Desde segunda-feira, os bispos da Venezuela
estão no Vaticano realizando a sua qüinqüenal visita 'ad Limina' para apresentar ao
Santo Padre e à Cúria Romana a situação da Igreja no país. São ao todo 45 bispos numa
população que se professa 90% católica, num país de 27 milhões de habitantes.
Como
as demais Igrejas latino-americanas, também a Igreja venezuelana recebeu novos impulsos
espirituais e pastorais da Conferência Aparecida.
Partindo justamente do documento
de Aparecida, o primaz da Venezuela e arcebispo de Caracas, Cardeal Jorge Urosa Savino,
explica a renovação em andamento na Igreja venezuelana:
Cardeal Jorge Urosa
Savino:- "Estamos seguindo justamente a linha traçada pelo Conselho plenário da
Venezuela e pelo documento de Aparecida: aproximar a missão evangelizadora da Igreja
aos jovens. Creio que seja um grande desafio e, ao mesmo tempo, um grande compromisso
pastoral. Devemos fazer um grande esforço para tornar Cristo mais presente no mundo
juvenil. Outro grande desafio apresentado pela Conferência de Aparecida e pelo nosso
Conselho plenário diz respeito à família, porque, como em muitas outras partes da
América Latina e do mundo, na Venezuela a família está muito frágil, desagregada e
atingida pelo secularismo, pelo relativismo e pelo egoísmo do mundo moderno. É uma
área de atuação pastoral à qual queremos dedicar compromisso e entusiasmo. Outro grande
desafio é a pastoral vocacional, porque – embora em algumas partes do país haja um
crescimento das vocações sacerdotais, menos para a vida consagrada, sobretudo feminina
– em Caracas e na parte leste do país a situação é mais complexa, existem menos vocações."
P.
Nos últimos anos, a Igreja na Venezuela não deixou de denunciar a situação crítica
que o país vive, caracterizada por uma realidade de conflito e polarização. Como a
Igreja local afronta essa fase de tensão social e política?
Cardeal
Jorge Urosa Savino:- "De fato, na Venezuela há uma situação de conflito, de grande
polarização, um processo de revolução sociopolítica e econômica portada avante pelo
governo. E foi o que ressaltamos nesta importante carta pastoral publicada em abril
passado: a Igreja está fazendo sua obra de evangelização, de anúncio da mensagem de
Cristo, e quer ser um fator de unidade nessa difícil situação de polarização que o
povo venezuelano está sofrendo. A nossa intenção é dar uma contribuição para a paz
e o progresso na Venezuela e ajudar a resolver os problemas do nosso povo." (RL)