2009-05-30 17:45:14

BENTO XVI ÀS CRIANÇAS: "JAMAIS HAVIA PENSADO EM ME TORNAR PAPA, MAS O SENHOR ME AJUDA!"


Cidade do Vaticano, 30 mai (RV) - Sete mil crianças e adolescentes da Pontifícia Obra da Infância Missionária e da Pontifícia Obra da Santa Infância, provenientes de várias partes do mundo, se reuniram esta manhã, na Sala Paulo VI, no Vaticano para encontrar o Santo Padre e para refletir sobre São Paulo apóstolo.

Bento XVI falou com eles de sua infância na Alemanha e da importância da oração e da partilha. E falou também de seus sentimentos no momento da eleição à Cátedra de Pedro.

A saudação ao pontífice foi feita pelo prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Cardeal Ivan Dias.

O encontro – marcado por cantos, testemunhos e a exibição de vídeo sobre a vida de Jesus e o Apóstolo dos Gentios – teve seu momento alto no colóquio entre o papa e três crianças da Obra da Infância Missionária e da Santa Infância. Bento XVI respondeu às perguntas de três crianças e satisfez a curiosidade de uma delas, que lhe perguntou se havia pensado em algum dia se tornar papa:

"Para dizer a verdade, jamais havia pensado em me tornar papa, porque – como já disse – fui um garoto ingênuo numa pequena localidade distante dos centros, numa província esquecida. Eu me sentia satisfeito por ser dessa província e não pensava em outras coisas (...) Ainda hoje para mim é difícil entender como o Senhor pôde pensar em mim, destinar-me a esse Ministério, mas o aceito de Suas mãos, embora seja uma coisa surpreendente e que me parece muito além de minhas forças, mas o Senhor me ajuda."

Respondendo a outra pergunta, o papa recordou a sua infância serena numa pequena localidade de 400 habitantes, situada na Baviera, sul da Alemanha. Entre as crianças – afirmou o pontífice – nós nos ajudávamos reciprocamente e se vivia num espírito de comunhão, fortalecido pela fé católica que nos era comum.

Juntos aprendemos o catecismo, nos preparamos para receber a Primeira Comunhão e quando chegou o dia foi uma data esplêndida. Todavia, não faltavam desentendimentos.

Foi uma recordação que deu ao pontífice a oportunidade de fazer uma reflexão válida para todos: "Por vezes, na vida humana parece inevitável discutir, mas é importante a arte de reconciliar-se, o perdão, recomeçar novamente e não deixar a amargura na alma."

Mas como uma criança pode ajudar o papa a anunciar o Evangelho? Bento XVI respondeu a essa pergunta encorajando-as, sobretudo, a rezar, porque com a oração abrimos o nosso coração à ação de Jesus.

O pontífice frisou que rezar é uma coisa muito importante que pode transformar o mundo, porque faz a força de Deus presente. Em seguida, ofereceu conselhos práticos sobre como conjugar os momentos importantes do dia com a oração: "É importante começar e terminar o dia com uma pequena oração, recordar os pais na oração antes do almoço, do jantar e na celebração do domingo. Um domingo sem a missa – a grande oração comum da Igreja – não é um verdadeiro domingo, falta justamente o coração do domingo, e assim também a luz para a semana."

Não somente rezar, mas também escutar e partilhar. De fato, o Santo Padre evidenciou como é importante, desde pequeno, viver a solidariedade em relação aos mais necessitados, bem como em relação àqueles que não nos são particularmente simpáticos:

"Se vemos alguém que talvez precise, que tenha alguma dificuldade, é preciso ajudá-lo e assim tornar o amor de Deus presente sem maiores palavras (...) e assim tornar-se juntos uma família onde cada um tem respeito pelo outro, aceitar o outro na sua alteridade, aceitar também os antipáticos, não deixar que ninguém seja marginalizado, mas ajudá-lo a integrar-se na comunidade."

Após as palavras do papa, a festa continuou com cantos. Um entusiasmo que se transferiu na parte da tarde para a Basílica de São Paulo Fora dos Muros, onde as crianças e adolescentes peregrinos participaram da missa na qual fizeram a renovação dos compromissos batismais e do compromisso em relação a seus coetâneos. (RL)







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