NOVO LIVRO SOBRE SANTO SUDÁRIO ABRE POSSIBILIDADE A ULTERIORES ESTUDOS
Roma, 29 mai (RV) - "Segredos e mistério do Santo Sudário de Jesus": esse é
o título do livro do vaticanista Marco Tosatti, que propõe uma análise dos estudos
feitos até hoje sobre o linho sagrado. O jornalista quis chamar a sua pesquisa de
"Investigação sobre o Santo Sudário". O livro foi apresentado hoje em Roma.
A
ciência ainda não sabe explicar o modo como se originou a imagem impressa no linho
do Santo Sudário. Alguns estudiosos da Enea – companhia para as novas tecnologias,
energia e ambiente – baseados em algumas experimentações, defendem a hipótese de um
raio de energia muito potente, mas atualmente não existe uma máquina capaz de produzir
algo semelhante num tecido tão grande quanto o linho custodiado na Diocese de Turim
– noroeste da Itália.
Essa é uma das interrogações que levaram o autor da obra
a começar uma investigação jornalística sobre o Santo Sudário – considerado o sudário
de Jesus – que o exame do Carbono 14, feito em 1988 por laboratórios de Tucson, Oxford
e Zurique, resultou ser de origem medieval. Mas o que o vaticanista escreveu, a esse
propósito, em seu livro? Eis o que ele mesmo relatou:
Marco Tosatti:-
"Descobrimos que esse exame com o Carbono 14 continha um erro de cálculo matemático
tal, que não podia ser considerado aceitável e, sobretudo, que não se podia então,
baseado nesse exame – justamente pela falta de homogeneidade das amostras e dos resultados
– afirmar, como foi feito, que o Santo Sudário era um sudário falso da Idade Média.
O possível motivo dessa falta de homogeneidade é que num pedaço de fio do Sudário,
próximo ao ponto que foi examinado com o Carbono 14, havia algodão e uma substância
resinosa, talvez de goma: o que dá peso à hipótese de um remendo medieval – lançada
anos atrás por outros estudiosos – que teria, naturalmente, alterado todos os dados."
A
investigação de Tosatti sobre o Sudário parece, portanto, reabrir algumas questões,
como ele mesmo nos ilustra:
Marco Tosatti:- "O que se questiona é a
validade de se usar um sistema como o Carbono 14, somente esse sistema, para buscar
datar um objeto do qual não se conhece a história, os lugares por onde passou, o grau
de contaminação. E, a meu ver, reabre a grande questão de dar início a uma nova fase
de pesquisas científicas multidisciplinares sobre o Sudário, graças ao material que
ainda existe e está a disposição, sem tocar no linho que será exposto no próximo ano."
P.
O Sudário conseguirá fazer com que ciência e fé possam dialogar?
Marco
Tosatti:- "Tudo que foi testemunhado pela ciência sobre o Sudário é que se trata
da imagem, impressa no tecido, de um homem assassinado, que tem características particulares,
que o tecido é um linho muito provavelmente do Séc. I, e muitas outras coisas. Creio
que não seja um problema entre ciência e fé. O Sudário não acrescenta nada à fé, no
sentido que quem acredita, acredita e basta. Porém, é, certamente, um objeto de grandíssima
impressão, de grandíssimo fascínio e que não é difícil ligar à figura de Cristo, pelo
contrário."
Enquanto cientistas e especialistas continuam discutindo, o Santo
Sudário permanece sendo um objeto de veneração, que será exposto ao público na Catedral
de Turim, de 10 de abril a 23 de maio do próximo ano. (RL)