CARDEAL PELL: AMOR E NÃO ASSISTENCIALISMO PARA COM OS ABORÍGINES
Sydney, 29 mai (RV) - "Os aborígines não precisam de assistencialismo, mas
de amor verdadeiro que os ajude no caminho do desenvolvimento econômico, da promoção
cultural e da renovação social": foi o que disse o cardeal-arcebispo de Sydney, Austrália,
George Pell, referindo-se às medidas do Governo australiano em relação à comunidade
aborígine.
Segundo o purpurado, a questão da escassa integração dos aborígines
na sociedade australiana não é somente um problema de dinheiro. Após a recente visita
que realizou a uma comunidade aborígine localizada a 350km da cidade de Darwin, o
cardeal declarou que, na relação com os aborígines "não basta somente ter boas intenções;
é preciso que as instituições conversem com as pessoas".
"É preciso investir
na responsabilidade e no potencial de desenvolvimento das comunidades, tornando-as
protagonistas do caminho de promoção social, rompendo, assim, com a cultura da dependência"
− disse ainda o purpurado.
"A situação de desigualdade em que vivem as minorias
aborígines, requer uma maciça intervenção do Estado que deve abordar a questão das
iguais oportunidades de desenvolvimento" – acrescentou.
Os bispos australianos
reiteraram a necessidade de combater o fenômeno da criminalidade e a adoção de medidas
que promovam a inserção das comunidades aborígines no tecido social australiano, sobretudo
no campo do trabalho e da educação.
O direito ao estudo e o acesso ao mercado
de trabalho são elementos fundamentais na promoção de uma autêntica integração e de
uma real participação das comunidades aborígines na vida social, política e cultural
da Austrália, garantido-lhes os direitos previstos na Constituição do país.
A
Austrália conta 517 mil aborígine, o que significa 2,5% do total da população. Alcoolismo,
droga e desemprego são os problemas principais de uma população que vive em localidades
remotas. (MJ)