2009-05-28 18:38:12

VIOLAÇÕES DOS DIREITOS HUMANOS NO BRASIL, SEGUNDO ANISTIA INTERNACIONAL


Londres, 28 mai (RV) - A crise não atinge somente a economia, mas também os direitos humanos: assim, tem início o Relatório Anual de Anistia Internacional, divulgado nesta quinta-feira na sede do organismo, em Londres.

A secretária-geral de Anistia, Irene Khan, cita alguns dados do Banco Mundial, segundo o qual a recessão produziu milhões de novos pobres e anulou os progressos realizados nos anos precedentes: "A pobreza é caracterizada por privação, desigualdade, injustiça, insegurança e opressão. Estes problemas estão relacionados aos direitos humanos, e não se resolvem somente com medidas econômicas, mas requerem uma forte vontade política e uma resposta unitária que integre questões políticas, financeiras e ambientais. Em poucas palavras, requerem uma ação coletiva e um novo tipo de liderança."

No relatório, há uma parte dedicada ao Brasil, na qual se afirma que a sociedade brasileira permaneceu profundamente dividida em termos de realização dos direitos humanos.

"A expansão econômica e os projetos sociais apoiados pelo Governo contribuíram para algumas reduções das disparidades. Entretanto, apesar das modestas melhoras na diminuição da pobreza, a desigualdade na distribuição de renda e de riquezas continuou sendo uma das maiores da região" – lê-se no texto.

Anistia afirma que as violações que afetam milhões de pessoas que vivem na pobreza não receberam praticamente nenhuma atenção: "As comunidades mais pobres continuam não tendo acesso aos serviços necessários. Além disso, vivenciaram um elevado grau de violência praticada por quadrilhas criminosas e sofreram violações sistemáticas de direitos humanos por parte da polícia."

O relatório cita casos de violações contra povos indígenas e mulheres, violência e despejos forçados nas áreas rurais, tortura e maus-tratos nas áreas urbanas.

"Muitas das pessoas que defendem os direitos humanos de comunidades marginalizadas, entre as quais estão advogados, líderes sindicais e ativistas comunitários, foram criminalizadas pelas autoridades e ameaçadas por aqueles cujos interesses desafiam" – denuncia Anistia.

A organização cita ainda, o caso da Ir. Dorothy Stang e a absolvição de seu assassino, Vitalmiro Bastos, que em precedente julgamento havia sido condenado a 30 anos de reclusão. (BF)







All the contents on this site are copyrighted ©.