Cidade do Vaticano, 27 mai (RV) - Ao discursar ontem à noite, na abertura do
Congresso Diocesano de Roma, Bento XVI defendeu a retomada das ações de evangelização,
incentivando os jovens que, segundo ele, cresceram em uma sociedade individualista,
a experimentar a beleza de representar a Igreja.
Às centenas de fiéis presentes
na Basílica de São João de Latrão, o pontífice pediu que criem grupos missionários
em seus locais de trabalho, já que é nestes ambientes que passam grande parte do dia.
E exortou também a um renovado espírito missionário, para mostrar aos homens e às
mulheres o amor de Deus.
Antes de proferir seu discurso, Bento XVI foi saudado
pelo Cardeal Agostino Vallini, vigário de Roma, que disse que a Igreja sofreu nos
últimos meses, ao ver os discursos e decisões do papa serem interpretadas de modo
errado. A declaração foi aplaudida pelos fiéis que assistiam à cerimônia.
Em
seu discurso, o papa pediu mais sintonia entre a diocese e os movimentos eclesiais.
Ele chamou a atenção para o sofrimento das novas gerações com o enfraquecimento das
relações pessoais, mas disse que o cristianismo é capaz de superar o individualismo
e a solidão.
Para Bento XVI, os leigos devem deixar de ser apenas colaboradores
do clero e assumir mais responsabilidades na vida da Igreja, em sua tarefa de promover
a evangelização. “Todos fazem parte do povo de Deus, do papa até a última criança
batizada” - ressaltou.
Em seguida, o pontífice alertou para as “rivalidades,
controvérsias e invejas” existentes dentro da Igreja, afirmando que os movimentos
devem estar atentos a seus percursos formativos e à pertença à comunidade paroquial.
O
papa voltou a esclarecer que o Concílio Vaticano II não foi um momento de ruptura
com o passado, e criticou os excessos de interpretações sociológicas sucessivas ao
encontro. “O Concílio foi um evento de real e profunda renovação” – frisou.
O
Congresso Diocesano se intitula “Pertença eclesial e co-responsabilidade pastoral”.
O encontro final será novamente em São João de Latrão, na próxima sexta-feira, e será
o cardeal vigário a proferir a intervenção conclusiva.
Seguindo as indicações
do Cardeal Vallini, nestes dias de reflexão, os participantes devem colocar as bases
para que se empreenda, ao longo dos próximos doze meses, um processo de avaliação
da atividade pastoral diocesana, em todos os campos, nos últimos dez anos. (CM)