Seoul, 27 mai (RV) – Após seis anos de trabalho, a Comissão para a promoção
das causas de beatificação e canonização da Conferência Episcopal Sul-coreana (CBCK)
concluiu a fase de instrução do processo de beatificação de 124 mártires coreanos
e de um sacerdote mortos durante a perseguição anticristãs do século XVIII e XIX na
Coréia.
A relativa documentação, mais de 12 mil páginas, será agora enviada
nos próximos dias à competente Congregação vaticana para as Causas dos Santos que
deverá decidir sobre a beatificação e canonização. Os 124 mártires foram mortos entre
1791 e 1888. O caso desses mártires – refere a agência Ucan – será apresentado junto
ao caso do Padre Thomas Choe Yang-eop, o segundo sacerdote coreano (depois de Sant’Andrew
Kim), conhecido como “o mártir do suor”.
Ordenado em 1849, Padre Choe percorreu
2.800 quilômetros para visitar os católicos nos vilarejos mais distantes, onde os
missionários estrangeiros não podiam ir, e ouviu 4 mil confissões. Morreu de tifo
em 1861, com a idade de 40 anos, depois de 12 anos de missão itinerante. A campanha
em prol da sua beatificação e eventual canonização teve início em 1996, por ocasião
dos 175 anos do seu nascimento.
O catolicismo chegou à Coréia no século XVIII
e teve um início singular. A Coréia, de fato, não foi evangelizada por missionários
estrangeiros, mas essencialmente por leigos coreanos. O primeiro século cristão do
país (1784-1884) foi marcado por duríssimas perseguições.
A dar início à primeira
grande perseguição em 1801 foi a proibição por parte da Igreja dos ritos ancestrais
do Confucionismo. Dos numerosos mártires coreanos mortos pela fé, 103 foram canonizados
por João Paulo II em 1984, por ocasião da sua visita a Seoul no âmbito das comemorações
pelos 200 anos do nascimento da Igreja Coreana. (SP)