CARD. MARTINO: EUA E CHINA TÊM QUE ABOLIR PENA DE MORTE
Roma, 26 mai (RV) - "Devemos converter os Estados Unidos e a China, para que
suprimam a pena de morte. Esses dois gigantes têm um grande papel internacional."
Palavras do presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Renato
Raffaele Martino, no IV Congresso Internacional dos Ministros da Justiça, realizado
ontem, 25, em Roma.
Do evento, organizado pela Comunidade de Santo Egídio,
participaram 35 personalidades políticas e da sociedade civil, dos quais 15 ministros
da Justiça, de 25 países de todo o mundo. Desde a última edição do Congresso, em 2008,
Uzbequistão, Burundi, Togo, Ruanda e Gabão se uniram à lista dos países que aboliram
a pena capital.
"Onde se fala contra a pena de morte, eu estou presente – afirmou
o cardeal. Estive 16 anos nas Nações Unidas como representante da Santa Sé; e em todas
as iniciativas para declarar a moratória contra a pena de morte, que foi aprovada
pouco tempo atrás, eu trabalhei dia e noite. Mas é necessário que se chegue ao ponto
de que todo o mundo acabe com a pena de morte, porque não se pode punir um crime com
outro crime."
Mario Marazziti, da Comunidade de Santo Egídio, destacou que
este evento anual permite saber quais países ainda aplicam a pena capital. Atualmente,
são 120 os Estados que não prevêem este crime.
Do Congresso, participou também
o ministro da Justiça da África do Sul, Jeffery Thamsanqua Radede. Depois do apartheid,
disse ele, o país excluiu a pena de morte de sua Constituição, para mostrar que em
um contexto tão profundamente ferido pela história, somente o espírito de reconciliação
pode garantir uma nova sociedade e uma nova convivência. (BF)