A paz de Cristo é dom de Deus, mas também empenho humano: lembrou Bento XVI no final
da Missa em Cassino. Lembrando a importância da oração, pediu que se reze pelos católicos
chineses
No final da Eucaristia celebrada numa praça central de Cassino, antes da bênção final,
como habitualmente aos domingos, ao meio-dia, o Papa pronunciou uma alocução introdutória
ao canto da Antífona mariana do tempo pascal – Regina Coeli.
Começando por
evocar as palavras de Jesus na Última Ceia – “Deixo-vos a minha paz, dou-vos a minha
paz”, Bento XVI lembrou “quanto a comunidade cristã e todo o mundo têm necessidade
de saborear em cheio a riqueza e a potência da paz de Cristo!”. Algo de que “S. Bento
foi um grande testemunho, porque a acolheu na sua existência e a fez frutificar em
obras de autêntica renovação cultural e espiritual”. À entrada da Abadia de Montecassino
– como em todas as abadias beneditinas – está bem patente, como um lema – a palavra
PAX - paz. Isso porque “a comunidade beneditina está chamada a viver segundo esta
paz, dom pascal por excelência”. Aludindo à sua recente “peregrinação de paz” à Terra
Santa, o Papa sublinhou uma vez mais que “a paz é, antes de mais, dom de Deus”:
“A
paz é, em primeiro lugar, dom de Deus, e portanto a sua força está na oração. Mas
é um dom confiado ao empenho humano. Até mesmo a energia necessária para a concretizar
se pode encontrar na oração. Para assegurar o progresso social na paz, é portanto
fundamental cultivar uma autêntica vida de oração.”
A história do monaquismo
– insistiu o Papa – ensina que um grande crescimento de civilização se prepara na
escuta quotidiana da Palavra de Deus, que leva os crentes a um esforço pessoal e comunitário
de luta contra qualquer forma de egoísmo e de injustiça. Só aprendendo, com a graça
de Cristo, a combater e a vencer o mal dentro de si e nas relações com os outros,
é que uma pessoa se torna autêntico construtor de paz e de progresso civil.
Bento
XVI recordou ainda que neste dia 24 de Maio, memória litúrgica de Nossa Senhora Auxiliadora,
venerada com grande veneração no santuário de Sheshan, em Xangai, se celebra em todo
o mundo a Jornada de Oração pela Igreja na China.
“O meu pensamento dirige-se
a todo o povo chinês. Em particular saúdo com grande afecto os católicos da China
e exorto-os a renovarem neste dia a sua comunhão de fé em Cristo e de fidelidade ao
Sucessor de Pedro. A nossa oração comum obtenha uma efusão dos dons do Espírito
Santo, para que sejam sempre cada vez mais profundas e visíveis a unidade entre todos
os cristãos, a catolicidade e a universalidade da Igreja”.