2009-05-23 17:23:05

Tecnologias da comunicação, educação para todos, educação intercultural: três intervenções do Observador Permanente na UNESCO


Tecnologias da informação e da comunicação, educação para todos e educação intercultural: estes os três pontos abordados há dias pelo arcebispo D. Francesco Follo, Observador permanente da Santa Sé junto da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), intervindo numa sessão do respectivo Conselho Executivo, em Paris. Três pronunciamentos sobre temas diferentes, ligados a um único apelo: fazer com que tanto a comunicação como a educação tenham o homem como primeiro objectivo, entendido como pessoa e portador de dignidade.
Na intervenção sobre as tecnologias da informação e da comunicação, o prelado reiterou que a Santa Sé encoraja os esforços para a formação tecnológica e informática nos países emergentes, desde que tal formação "não se limite a uma dimensão técnico-profissional, mas tome em consideração o homem", ou seja, o desenvolvimento do indivíduo, o respeito pelo outro e o bem comum. Neste sentido, Mons. Follo exprimiu o apoio da Santa Sé à luta da UNESCO contra o abuso e a manipulação da informação.
No segundo pronunciamento, o prelado insistiu na necessidade de que se garanta a todos educação adequada, sobretudo nos países emergentes, nomeadamente em África. Sugeridas, a este propósito, duas estratégicas: antes de mais, dar importância à escola, onde o aluno aprende as regras de vida fundamentais. aquelas regras cuja falta provoca a violência juvenil. A escola é "o primeiro lugar da socialização", onde "se aprende a viver em grupo, a respeitar o outro, a escutar e a partilhar" – recordou Mons. Follo. Segunda estratégia: paridade de acesso aos estudos para homens e mulheres. “A mulher e o homem têm carismas complementares: existem valores tipicamente masculinos, como a utopia, a criatividade, a diplomacia, a maestria; e valores tipicamente femininos, como o realismo, a atenção, a resistência, a tenacidade, a capacidade de comunicar". Ora, "a educação tem como primeiro objectivo a formação de seres livres", segundo três critérios: abertura ao outro; desenvolvimento da interioridade; consciência de si e do outro.

O terceiro e último pronunciamento de Mons. Follo foi dedicado à educação intercultural. “Há hoje a tendência de orientar a educação segundo um modelo puramente produtivo". Ora, "uma orientação unilateral da educação voltada para critérios de eficácia não pode deixar de ter graves consequências". A actual crise financeira "é rica de ensinamentos a esse respeito": “só a pessoa que concebe a relação com os outros para além de critérios de produtividade, pode apreciar as coisas em seu justo valor", porque "as relações sociais são um fim e não um meio". “A educação realiza plenamente sua vocação, quando os adolescentes entram conscientemente em contacto com outras culturas, aprendendo uns com os outros".







All the contents on this site are copyrighted ©.