NOVA LEI DA IMIGRAÇÃO NA ITÁLIA PREOCUPA EQUATORIANOS
Roma, 20 mai (RV) - O Governo do Equador anunciou a criação de uma Comissão
que virá à Itália expressar apoio a seus cidadãos que emigraram para este país.
O
Parlamento de Roma aprovou, recentemente, um projeto que criminaliza a imigração ilegal,
tornando o país um dos mais rígidos da Europa no combate à prática. O Equador se diz
preocupado com o uso político da questão migratória, que pode ser feito pela extrema
direita italiana, ao apresentar os estrangeiros como "bodes expiatórios" para os problemas
da economia do país.
A Comissão visitará as cidades de Roma e Genova, mantendo
contatos com autoridades, ONGs e membros da colônia de equatorianos. O objetivo do
grupo é estabelecer linhas de ação que permitam ao Estado equatoriano assistir seus
cidadãos neste país e encontrar mecanismos para melhorar seu teor de vida. Do programa
da visita constam também audiências com redes sociais de apoio a imigrantes, organizações
de base, Igrejas e sindicatos.
O Executivo equatoriano quer apoiar os imigrantes
em questões relacionadas à custódia dos filhos, à evasão escolar e à regulamentação
da imigração, além de fornecer informações básicas sobre os serviços públicos na Itália.
Nesta terça-feira, o Governo equatoriano criticou a Normativa de Segurança
aprovada pelo Parlamento italiano, por considerar que contempla práticas violadoras
dos direitos humanos dos imigrantes.
Essa norma impõe duras sanções para estrangeiros
sem documentos e a prisão para quem lhes alugar uma moradia; eleva para seis meses
o prazo máximo durante o qual os imigrantes ilegais podem permanecer detidos nos centros
de acolhida; legaliza as chamadas "rondas" que colaboram com a Justiça, e institui
a obrigatoriedade de denuncia de imigrantes em situação irregular.
No comunicado,
o Governo de Quito considera a decisão "particularmente perversa", porque fomenta
a violência e a xenofobia. A Itália é o terceiro principal destino dos emigrantes
equatorianos. (CM)