Manila, 20 mai (RV) – O Governo filipino está decidido a aprovar, até o dia
1º de junho, o projeto de lei sobre a extensão do CARP − a reforma agrária que prevê
a redistribuição das terras que não estão sendo cultivadas, diretamente aos agricultores.
Foi o que disse a presidente Gloria Macapagal Arroyo, durante um encontro com uma
delegação da Conferência Episcopal Filipina.
O encontro – informa o site do
Episcopado filipino – realizou-se na segunda-feira, na residência presidencial de
Malacañang, com a presença de outros expoentes políticos. Durante o colóquio, os bispos
reafirmaram, por sua vez, as objeções manifestadas numa declaração pastoral divulgada
na manhã da mesma segunda-feira, sobre algumas emendas propostas ao projeto de lei.
Na
declaração intitulada "A Reforma Agrária é um instrumento de justiça social e um ato
de sabedoria política", os bispos afirmam que as modificações propostas prejudicaram
os objetivos e as vantagens do procedimento: "As propostas são inaceitáveis e estão
em contraste com as leis que governam as estruturas morais e sociais da nossa sociedade"
− lê-se no documento.
Segundo o projeto de lei que aguarda a aprovação do Congresso
de Manila, o CARP deveria ser prolongado por mais cinco anos e refinanciado com verbas
adequadas, para permitir indenizações aos latifundiários que restituirão as terras
não cultivadas à agência governamental encarregada de redistribuí-las aos agricultores
sem terra.
Outra parte do refinanciamento deveria ser destinada às cooperativas
agrícolas que ajudam os camponeses a melhorar a qualidade dos produtos e a vendê-los
diretamente aos distribuidores, sem passar pelos "atravessadores".
De há muito,
a Igreja filipina luta em favor dos camponeses pobres e por uma distribuição mais
justa da terra. Ainda hoje, de fato, as áreas rurais do país sofrem os efeitos de
uma forte concentração de propriedade de terrenos: as duas precedentes reformas, (de
1988 e 1998) fortemente contrastadas pelos latifundiários, revelaram-se inadequadas
e não resolveram a questão agrária do país, com o conseqüente aumento das tensões
sociais no meio rural. (SP)