Paris, 19 mai (RV) - A Igreja na França está solidária com os cidadãos e as
associações de voluntariado que ajudam os imigrantes sem documentos.
A lei
francesa é clara: quem assiste ou simplesmente acompanha administrativamente uma pessoa
clandestina comete um crime sujeito a julgamento penal e multas. Nesta linha, 5 mil
cidadãos já foram denunciados por ajudar imigrantes sem visto de permanência.
Diante
disso, os bispos franceses emitiram uma nota pedindo a abertura de um debate público
com os políticos para avaliar todos os aspectos deste grave problema. “Os voluntários
que trabalham no território – afirmam – são tratados com suspeito e submetidos a controles
e perquisições; recebem advertências legais e são por vezes detidos, acusados de agir
por ‘paixão ou ingenuidade’, ou até mesmo de cumplicidade com os traficantes”.
Indignados,
os bispos não aceitam que este clima intimide aqueles para os quais a solidariedade
não é uma palavra vã. “A fraternidade a que aspiramos é um princípio da República,
além de uma linha-guia do pensamento social da Igreja”.
A nota se encerra com
uma citação emblemática da mensagem de João Paulo II para o Dia Mundial da Imigração
de 1997: “A Igreja sente o dever de estar ao lado, como Bom Samaritano, ao clandestino
e ao refugiado, ícone contemporâneo do viajante, roubado, agredido e abandonado no
caminho para Jericó”. (CM)